Os anúncios estão por toda a parte, no jornal, na Internet, estampados em carros ou em cartazes na rua, e sempre dizem a mesma coisa: "Trabalhe em casa, faça seus horários e ganhe de R$ 1 mil a R$ 10 mil por mês em vendas diretas!". A maior parte das pessoas desconfia, mas quem acredita diz que o negócio dá certo e que é uma boa oportunidade para quem está desempregado. Tanto que o setor está crescendo, apesar da inércia do mercado de trabalho formal.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd), no 1.º trimestre deste ano o setor manteve crescimento e movimentou R$ 2,9 bilhões, 10% a mais do que no mesmo período do ano passado, em números corrigidos pela inflação. Além do aumento na receita, a quantidade de revendedores ativos também aumentou 10% de 1,5 milhão para 1,65 milhão e o volume de ítens comercializados cresceu 7,5% 20 milhões a mais do que os 250 milhões vendidos no mesmo período de 2005.
Os números impressionam, mas o sistema de vendas diretas permite que a pessoa comece com um baixo investimento e sem formação específica. Basta ter força de vontade e determinação para que o retorno venha de forma rápida. É o que comprova a consultora Denise Pozzo, da Natura. Formada em Arquitetura e Urbanismo, Denise largou a profissão para criar seus filhos e quando tentou voltar encontrou um mercado diferente, que exigia atualização. "Quando saí, usávamos prancheta. Quando quis voltar estava tudo computadorizado e eu não acompanhava", relembra.
Há cinco anos, lendo os classificados de um jornal, Denise viu um anúncio da Natura que procurava vendedores e resolveu se informar. Dias depois ela recebeu uma promotora em sua casa, se interessou pelos produtos e começou a vender. "Foi como a última tentativa para conseguir emprego, mas depois que comecei vi que dava certo", conta. O primeiro ano foi o mais difícil. "A gente tem vergonha de chegar nas pessoas para apresentar o produto. Nesse período ou a pessoa fica de vez ou sai", afirma a consultora. Agora, ela consegue uma renda líquida de R$ 1 mil ao mês vendendo os produtos da Natura.
Elayne Amaral, supervisora da Herbalife, conta uma história semelhante. A diferença é que ela conheceu os produtos com o marido em um jantar na casa de um amigo. "Fomos convidados para uma apresentação, nos interessamos e compramos. Como deu certo, achamos que era uma oportunidade de negócio", fala. Isto foi há um ano. No primeiro mês como vendedora, Elayne ganhou cerca de R$ 700. No segundo, o valor subiu para R$ 950. Agora, a renda é de R$ 2,3 mil e representa uma parte importante no orçamento da família. "Os ganhos foram só aumentando. Agora recebo royalties por auxiliar outras vendedoras", conta.
Para Fernando Junqueira, diretor-geral da Forever Living no Brasil, outra empresa que trabalha com vendas diretas, a vantagem do sistema é que os produtos são mais fáceis de vender, pois os preços costumam ser bem mais baratos do que numa loja. "Pelo sistema tradicional, o fabricante vende o produto para um intermediário, que vende para a loja, que vende ao cliente, enquanto no nosso sistema o produto vai do fabricante para o vendedor, o que elimina gastos", justifica. Além disso, a venda pode servir como atividade complementar, que não atrapalha o trabalho principal. "A pessoa pode trabalhar em casa, nas horas vagas", acrescenta. De acordo com o diretor-geral, outra facilidade é que a propaganda é feita no boca-a-boca, pelos próprios clientes.
Outra empresa que oferece emprego pelo sistema de vendas diretas é a Avon. "O bom é que a pessoa pode começar do zero, sem investimento. Ela recebe o folheto, encomenda os produtos que vai vender e só depois precisa pagar", conta Nivaldo Frutuoso, gerente de vendas para a região Sul da Avon Brasil. "A oportunidade é aberta para todos, até homens", adiciona.
Serviço: Denise Pozzo (41) 3024-2824, Elayne Amaral (41) 9109-7823.