Os longos meses de disputa política para elevar o teto da dívida dos EUA foi um fator-chave para o rebaixamento do rating (nota) de crédito do país, disseram representantes da Standard & Poor's neste sábado (6), que questionaram se os políticos norte-americanos poderiam trabalhar juntos para solucionar os problemas fiscais.
John Chambers, chairman do comitê de ratings soberanos da S&P, disse em teleconferência que a agência projeta que os encargos da dívida dos EUA vão continuar subindo por algum tempo, apesar do recente acordo para cortar os gastos em pelo menos US$ 2,1 trilhões nos próximos dez anos. Embora novos passos pelos políticos dos EUA para reduzir os déficits possam melhorar a perspectiva e levar a S&P a reavaliar seu rating do país, o recente embate político sobre o teto da dívida sugere que isso seja improvável, afirmou Chambers.
"O governo dos EUA não tem a mesma capacidade proativa para chegar a soluções de longo prazo que coloquem as finanças públicas numa base firme", acrescentou Chambers.
Na sexta-feira, a S&P rebaixou o rating da dívida de longo prazo dos EUA para AA+, na primeira vez em 70 anos em que os títulos do Tesouro norte-americano perderam a classificação AAA.
David Beers, chefe global de ratings soberanos da S&P, disse que a disfunção política em Washington foi um componente importante para a decisão da agência, com o risco político recebendo um peso maior do que a perspectiva fiscal dos EUA. O rating AAA do país era "incompatível" com as questões fiscais e políticas quando comparado a outros emissores soberanos com a classificação máxima, disse.
"É seguro dizer que a natureza do debate e a dificuldade em engendrar um consenso político sobre como fazer mudanças na política fiscal foram as considerações-chave para a decisão", disse Beers.
O secretário de imprensa da Casa Branca Jay Carney admitiu as preocupações da S&P sobre a atual dinâmica política nos EUA, afirmando em comunicado neste sábado que o presidente Barack Obama vai exortar os congressistas nas próximas semanas a colocarem a saúde fiscal do país "acima das diferenças políticas e ideológicas". As informações são da Dow Jones.
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