O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a construção da usina nuclear de Angra 3, que está com as obras paradas há 21 anos. O único voto contra foi do Ministério do Meio Ambiente. Entre equipamentos e custos de manutenção já foram gastos no projeto da usina cerca de US$ 1,3 bilhão (aproximadamente R$ 2,5 bilhões). Para ser construída a usina com 1.300 megawatts de potência exigirá cerca de R$ 7,2 bilhões.

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A decisão ainda precisa ser ratificada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já se declarou favorável à opção nuclear para geração eletricidade como fonte auxiliar na matriz energética brasileira, fortemente sustentada nas hidrelétricas.

Grupos ambientalistas fazem forte oposição ao projeto, principalmente devido ao aumento do volume de resíduos atômicos que precisará ser posteriormente estocado em algum local seguro no país por um longo período.

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A previsão é de que Angra 3 fique pronta em 2013, caso não surjam muitos problemas relacionados a licenças ambientais e financiamento do projeto.

Ativistas do Greenpeace protestaram do lado de fora da reunião do CNPE nesta segunda-feira.

Um dos slogans que usaram foi o "Angra 3, 2, 1 ... governo, não ative essa bomba".

O Brasil comprou algumas partes de seu planejado terceiro reator nuclear há mais de 20 anos, por estimados 800 milhões de dólares, mas congelou o projeto devido à falta de fundos.

A empresa alemã que forneceu os equipamentos na época foi comprada posteriormente pela francesa Areva, que informou anteriormente estar otimista com os prospectos para a retomada e prevê início das obras ainda este ano.

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Defensores do projeto no governo federal dizem que o país vai necessitar de toda a energia que puder gerar, incluindo a nuclear, para que um ritmo de crescimento ao redor de 5 por cento ao ano possa ser mantido.

O Conselho Nacional de Política Energética é formado por representantes de vários ministérios, incluindo o do Meio Ambiente, de Marina Silva, forte opositora da energia nuclear.

Mas apesar da oposição de ambientalistas, a eletricidade gerada por reatores nucleares está retomando apelo em vários países no mundo, devido ao fato de não gerar emissões de gases que compõem o efeito estufa, e pelo estímulo indireto dos altos preços do petróleo e do gás utilizados em termelétricas.

Os dois reatores já em operação em Angra geram cerca de 2 mil megawatts, ou cerca de 3 por cento da eletricidade do Brasil. O novo projeto vai gerar cerca de 1,35 mil megawatts.

Angra 3 pode ser apenas o início da retomada do programa nuclear brasileiro. Um estudo do governo indica a possibilidade de construção de entre quatro e oito novas usinas nucleares até 2030.

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