Não são somente as operadoras de telefonia que têm lucrado com a demanda cada vez maior dos usuários por conexão à internet de alta velocidade, seja em casa ou por meio dos celulares. Prestes a completar 25 anos, a empresa curitibana Radiante, que presta serviços de engenharia de telecomunicações, viu o faturamento crescer 23% no ano passado e prevê que o porcentual se repita em 2015, mesmo diante do cenário econômico pouco favorável.
A receita bruta da Radiante chegou ano passado a R$ 88,4 milhões – o maior desempenho da história da empresa – e deve terminar 2015 na faixa de R$ 110 milhões (o lucro líquido não é divulgado). A empresa já tem contratado, a curto prazo, a execução de 1.500 quilômetros de redes óticas em regiões metropolitanas do país – em geral, entra no pacote a elaboração do projeto, a obra em si e a manutenção da rede, depois. Entre os clientes, estão praticamente todos os grandes players do setor, como Claro, Oi, Vivo, TIM e Algar Telecom, além de gigantes de tecnologia como as chinesas Huawei e ZTE.
“A expansão do número de aparelhos e a demanda por serviços como redes sociais e de vídeos demandam muitos dados e um canal de altíssima capacidade para levar isso para as estações de controle das operadoras e, em seguida, para um sistema nacional e até mundial. E aí entram as redes de fibra ótica para escoar esses dados”, explica o presidente da Radiante, Helio Bampi.
Assim, a empresa deve abocanhar uma fatia considerável dos investimentos previstos pelas operadoras de telefonia nos próximos anos. A Claro, por exemplo, anunciou em abril que pretende investir R$ 8 bilhões no país em 2015, que serão alocados em infraestrutura e expansão das redes 3G e 4G. A TIM também divulgou recentemente que pretende desembolsar R$ 14 bilhões para operação brasileira no triênio que vai até 2017.
Entre os projetos já executados pela Radiante estão a construção de uma rede de 800 quilômetros de cabo enterrado interligando os municípios de Itinga do Maranhão (MA) e Palmas (TO) e outra com viação aérea (acima do solo) de 470 quilômetros entre Pato Branco e Ponta Grossa, no Paraná. Só no ano passado, a empresa fez a manutenção de 45 mil quilômetros de redes óticas nos oito estados em que atua: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Alerta
Para 2016, a empresa não é tão otimista e, apesar de ainda estar finalizando as previsões, estima que a taxa de crescimento vá cair para cerca de 10%, face ao momento turbulento da economia.
“Estamos ainda na fase de planejamento, mas estamos vendo que teremos de ser mais conservadores, devido à crise econômica que o país está atravessando e seu impacto nos meios produtivos. Entretanto, no que se refere a infraestrutura geral de comunicação, a demanda vai continuar, justamente por conta dessa sociedade cada vez mais conectada”, afirma Bampi.