O presidente do Equador, Rafael Correa, declarou nesta sexta-feira moratória na dívida externa do país, depois de suspender o pagamento de um cupom de 30,6 milhões de dólares do seu bônus Global 2012, que venceria na segunda-feira.
Correa, um popular líder nacionalista, defendeu sua decisão de não continuar pagando suas obrigações externas com a tese de "ilegalidade" e "ilegitimidade" que uma auditoria da dívida determinou na maioria de suas modalidades, especialmente a dívida comercial e parte de créditos multilaterais e bilaterais.
"Dei a ordem para que não sejam pagos os juros, então o país está em falta, em moratória de sua dívida externa", disse Correa em uma declaração a jornalistas na cidade portenha de Guayaquil.
"Todavia, seguimos estudando com advogados nacionais e internacionais as estratégias jurídicas para impugnar uma dívida ilegal e ilegítima", acrescentou.
Correa afirmou que está preparado para enfrentar as reivindicações internacionais que sua decisão irá provocar e que irá assumir "a responsabilidade" das consequências de não pagar a dívida, que se aproxima dos 10 bilhões de dólares.
O presidente disse ainda que está disposto a apresentar um plano de reestruturação aos credores do país pois "nem todas as operações da dívida são ilegais, mas grande parte sim".
O plano buscará uma redução do montante que esses papéis representam nominalmente e abrirá opções para que os credores possam recuperá-los.
O Equador decidiu em novembro manter-se em um período de carência antes de pagar o vencimento dos bônus Global 2012, a espera do relatório da auditoria que investigou os processos de endividamento do país nos últimos 30 anos.
No dia 15 de dezembro, o país também deveria cancelar um cupom dos bônus Global 2015 de 30,4 milhões de dólares.
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