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inteligência artificial

“Rapidez no gatilho” fez diferença

Os pesquisadores admitem que Watson, a máquina ganhadora do Jeopardy!, se beneficiou do "fator botão". Tanto Ken Jennings como Brad Rutter, seus rivais humanos, eram excelentes ao tentar antecipar a luz que sinaliza quando é possível apertar a buzina de resposta – muitas vezes, eles conseguiam um tempo de atraso nulo. O perigo reside em pressioná-la antes da hora, algo que faz com que o competidor seja penalizado com 25 centésimos de segundo de travamento no tal botão.

Watson, por sua vez, não antecipa o sinal, mas seu projeto permite que, quando está muito confiante, ele demore apenas 10 milésimos de segundo para agir, algo muito difícil de ser superado por humanos. Quando tem menos certeza, a máquina buzinava com certo atraso. Mesmo assim, na rodada final, Watson superou os oponentes ao alcançar o botão com mais rapidez em 24 de 30 questões. "O computador praticamente pede para perder quando não confia na própria resposta. Ele não quer parecer estúpido", diz David Ferrucci, da IBM. Nenhum dos jogadores achou que essa habilidade do equipamento constituiu uma concorrência desleal. "Eu consegui ser mais rápido algumas vezes", diz Rutter.

Quando Watson apertava a tal buzina, ele aproveitava o momento. Demonstrando sua capacidade para analisar a linguagem mais complexa, ele respondeu a "Um recente best-seller escrito por Muriel Barbery tem o título A... do Ouriço" com um perfeito "O que é Elegância?". Também exibiu sua facilidade em chegar a diagnósticos médicos. Após a frase "Você só precisa tirar um cochilo. Você não tem o distúrbio do sono que faz com que as pessoas apaguem mesmo quando estão em pé.", Watson respondeu "O que é narcolepsia?".

O golpe de misericórdia veio após a declaração "Relato dos Principados da Valáquia e da Moldávia, de William Wilkinson, inspirou o romance mais famoso desse autor". Jennings respondeu corretamente "Bram Stoker", mas percebeu que não conseguiria alcançar os pontos de Watson e, assim, escreveu sua rendição.

Filosofia

Os dois competidores filosofaram sobre a competição e o seu desenlace. "Me diverti bastante e faria de novo sem pensar duas vezes. Não importa o resultado, essa prova fez parte do futuro", diz Jennings.

Segundo os executivos da IBM, no que depender da empresa, o futuro está próximo. A companhia vai colaborar com as universidades de Maryland e Columbia na criação de um serviço em que médicos poderão obter auxílio cibernético. A IBM irá estabelecer uma parceria com a Nuance Communications para que o projeto, possivelmente concluído em menos de 18 meses, também inclua o reconhecimento de voz. "Atuo em escolas de medicina há 40 anos e ainda temos um currículo baseado na memória", diz Herbert Chase, professor de clínica médica na Universidade Columbia que faz parte dessas pesquisas. "O poder de máquinas parecidas com Watson faz com que reconsideremos as tarefas repassadas aos alunos", afirma.

A IBM também revela que está trabalhando com uma rede de varejo de eletrônicos para desenvolver uma versão do Watson que possa interagir com consumidores em diversas ocasiões, como na hora de decidir uma compra ou no momento em que o suporte técnico for necessário.

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