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Hora da angústia

Veja como o rebaixamento dos EUA e a crise mundial podem afetar alguns investimentos:

A crise chegará aqui?

Sim, uma recessão global derruba a demanda e o preço das commodities, prejudicando as exportações brasileiras, desacelerando a economia e afetando o mercado de trabalho. Se o dólar subir, pode elevar o preço dos importados e pressionar a inflação, já em alta no país. O Brasil também pode ter dificuldade para captar recursos para financiar obras de infraestrutura.

É hora de sair da Bolsa?

Quem não vendeu antes deve agora aguardar para recuperar o dinheiro aplicado, quando a bolsa voltar a subir. Quem não tiver sangue frio pode vender uma parte das ações, aplicar em renda fixa ou comprar depois os mesmos papéis por um preço menor, reduzindo o prejuízo.

Chegamos ao fundo do poço? É hora de comprar?

Ninguém sabe se o piso foi atingido. Quanto mais a bolsa cai, mais chance tem de subir. Porém, a recuperação só virá quando as incertezas globais diminuírem, o que pode demorar semanas ou anos. Pode valer a pena entrar agora, mas há risco de cair ainda mais.

Devo reduzir o porcentual de ações no fundo de previdência privada?

Não. Previdência é aplicação de longo prazo, quando aumentam as chances de recuperação. Quem sair na baixa poderá perder a subida da bolsa.

Os juros baixos nos EUA e Europa são sustentáveis com maior risco de calote?

As taxas de juros costumam refletir o risco, que aumentou. Porém, os governos desses países – emissores e pagadores de juros – reduzem as taxas para impulsionar suas economias.

Devo resgatar o FGTS aplicado em Vale e Petrobras?

Não é possível resgatar o dinheiro, salvos nos casos previstos (casa própria, doença, demissão etc.). Quem sair das ações terá o dinheiro devolvido ao fundo, que rende 3% mais TR e perde para a inflação. Por isso, é melhor esperar.

Posso pagar menos IR com a bolsa em baixa?

O investidor pode descontar o prejuízo apurado em uma operação do IR incidente no ganho de capital obtido com ela. As corretoras têm ferramentas que ajudam a fazer isso.

É hora de tirar dinheiro do banco e comprar imóveis?

Os imóveis já estão caros e as aplicações têm retorno garantido. Se houver retração na economia, o ritmo de alta vai desacelerar, havendo possibilidade de redução de preços.

Poupança, CDB e renda fixa serão afetados?

Não, devem continuar com taxas altas, atraindo cada vez mais investidores, devido ao aumento recente do juro. Vou viajar ao exterior.

Devo comprar dólar já?

O ideal é observar o movimento da moeda, que pode subir, e ir comprando pequenas quantidades até a viagem. Caso o dólar suba, já terá comprado com um valor menor. Se ocorrer o contrário, poderá se beneficiar de um preço melhor.

Fonte: Folhapress

São Paulo - A reação dos mercados ao rebaixamento do rating da dívida dos Estados Unidos pela Standard & Poor's, anunciado na noite de sexta-feira, será negativa ao menos em um primeiro momento, mas há fatores que podem atenuar o pânico dos mercados, inclusive no Brasil. A avaliação é do economista Antonio Madeira, sócio da MCM Consultores Associados. "Só vamos saber o impacto mesmo quando os mercados abrirem e as autoridades começarem a se manifestar", disse.

Madeira avalia que, para a economia nacional, a decisão da S&P deve levar a um pequeno aumento no risco Brasil, à depreciação do real e a alterações no comércio de commodities. De acordo com o economista, o rebaixamento do rating norte-americano pressiona o dólar por uma alta. Caberia, então, ao Banco Central (BC) brasileiro monitorar as condições de liquidez. "É normal que nesses momentos de nervosismo o dólar se aprecie", diz, ao destacar que pode haver um movimento de encurtamento de prazos das operações. "O BC tem uma posição ativa no mercado de dólar futuro com swap reverso de cerca de US$ 10 bilhões, sem contar todo o estoque de reservas. A autoridade monetária não vai agir para conter a alta do dólar, mas pode vender para dar liquidez ao mercado", afirma.

"Arsenal reforçado"

Além da interferência no câmbio, o governo brasileiro, na avaliação de Madeira, tem experiência e "um arsenal bem reforçado" de medidas para acalmar o mercado daqui para a frente, que inclui política fiscal e monetária. A equipe econômica da presidente Dilma Rousseff pode, por exemplo, fazer alterações no depósito compulsório e na taxa básica de juros (Selic) e também reduzir a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o crédito. Poderia, assim, estimular a demanda interna em um cenário externo de difícil recuperação econômica. "São instrumentos de política econômica que tendem a ser eficazes", afirma.

Com relação à indústria nacional, o economista prevê reforço da presença de produtos importados, uma vez que os exportadores mundiais buscarão novos mercados para suprir o enfraquecimento da demanda global por seus produtos. Ao mesmo tempo, o Brasil pode continuar atraindo investimentos. "Com a entrada efetiva da produção do pré-sal, mais a importância da agroindústria na economia brasileira, somados a um mercado doméstico robusto, o Brasil deve atrair investimentos", explica.

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