A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deverá anunciar na sexta-feira o novo teto para reajustes dos planos de saúde individuais. Nos últimos três anos, a taxa-limite autorizada pela agência tem baixado: em 2004, era de 11,75%; em 2005, passou para 11,69%; no ano passado, foi fixada em 8,89%.
O índice, que vale para cerca de 14% do total de beneficiários do Brasil (cerca de seis milhões de pessoas), é calculado com base na média dos reajustes das operadoras para os planos coletivos. O teto é divulgado anualmente pela ANS. O último foi anunciado em maio de 2006.
Segundo a previsão da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), os planos individuais devem sofrer reajuste em torno de 9%.
Entidades de defesa do consumidor avisam que vão lutar contra reajustes acima da inflação. No ano passado, o aumento de 8,89% ficou 6,14 pontos porcentuais acima da inflação acumulada em 12 meses, que foi de 2,75%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Nos 12 meses encerrados em abril deste ano, último índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o INPC ficou em 3,44%.
Nos últimos anos, as operadoras de planos de saúde têm registrado resultados expressivos em seus balanços. Em 2005, a Unimed Curitiba registrou sobra líquida (equivalente ao lucro) de R$ 4 milhões, enquanto no ano passado o mesmo resultado ficou em R$ 1,2 milhão, uma queda de 70%.
A Amil registrou lucro de R$ 45 milhões em 2004 no país. No ano seguinte, o resultado subiu 75,5%, para R$ 79 milhões. No mesmo período, o lucro da Clínica Paranaense de Assistência Médica (Clinipam) aumentou 194,8%, e foi de R$ 848 mil para R$ 2,5 milhões. A Paraná Clínicas, por sua vez, teve um aumento no lucro de 60%, que passou de R$ 2,5 milhões para R$ 4 milhões, de 2004 a 2005.