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Preços

Reajuste do gás pressiona inflação, que vai a 0,54% em setembro

Reajuste no preço do gás de cozinha representou um quarto da inflação em setembro. | Antônio More /  Gazeta do Povo
Reajuste no preço do gás de cozinha representou um quarto da inflação em setembro. (Foto: Antônio More / Gazeta do Povo)

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,54% em setembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (7). O resultado representa uma aceleração frente ao comportamento de agosto, quando o índice subiu 0,22%. Em 12 meses, a inflação chegou a 9,49%. No ano, a alta é de 7,64%, o maior índice em 12 anos, ou seja, desde 2003 – quando atingiu 8,05%.

Em Curitiba, o índice ficou igual à inflação nacional, 0,54%, mas a inflação anualizada na cidade já passou dos dois dígitos, com alta de 11,12%, a maior do país.

Importante na despesa das famílias, o botijão de gás, com peso de 1,07% nos cálculos do IPCA, liderou o ranking das principais contribuições para a alta de preços e, com 0,14 p.p. respondeu por 26% do índice, cerca de um quarto. Segundo o IBGE, o gás liquefeito de petróleo para uso residencial ficou 12,98% mais caro nos pontos de distribuição ao consumidor, percentual inferior ao reajuste de 15% autorizado pela Petrobras nas refinarias, com vigência a partir do dia primeiro de setembro.

Enquanto em algumas regiões pesquisadas o preço do produto aumentou bem menos do que o reajuste concedido, a exemplo do Rio de Janeiro, que ficou em 9,49%, em outras o preço superou em muito o reajuste. É o caso de Vitória, onde atingiu 20,08%, Goiânia, 19,68%, e Brasília, 19,23%. O preço do gás acumula 17,56% neste ano, indo dos 9,03% de Campo Grande até os 23,91% de Curitiba.

Com a alta do gás, Habitação (1,30%) ficou com o mais elevado resultado entre os grupos. A variação de 1,48% na taxa de água e esgoto, também teve peso considerável. O aumento foi puxado por reajustes ocorridos na taxa em Curitiba, São Paulo, Vitória e Rio de Janeiro. Ainda em Habitação, aluguel residencial (0,59%), condomínio (0,45%) e energia elétrica (0,28%), itens de peso no consumo, exerceram pressão sobre o índice.

No caso da energia elétrica, a variação de 0,28% é explicada, em parte, por Brasília, onde as contas aumentaram 11,70%, em razão do reajuste de 18,26% nas tarifas em vigor a partir de 26 de agosto. Em Goiânia, o aumento de 2,61% refletiu parcela do reajuste de 6,71%, de 12 de setembro. Nas demais regiões, os resultados oscilaram em função do PIS/COFINS, além da redução de 18% no valor da bandeira vermelha, que passou de R$ 5,50 para R$ 4,50, a cada 100 quilowatts-hora (KWh) consumidos, a partir de 1º de setembro.

O grupo transportes teve alta de 0,71% por conta das passagens aéreas que, em setembro, aumentaram 23,13%. Os grupos Vestuário (0,50%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,55%) apresentaram resultados próximos, destacando-se, no primeiro, o item calçados, com alta de 0,78% e, no segundo, o item plano de saúde, com 1,06%.

No grupo Alimentos, o aumento foi de 0,24%. Daqueles consumidos em casa, os preços tiveram pequena queda, de -0,05% – em Curitiba, a queda foi mais acentuada de 0,28%. Consumidos fora do domicílio, o aumento foi de 0,77%. Entre altas e quedas, destacam-se a batata-inglesa, 7,26% mais cara, e a cebola, que ficou 18,85% mais barata, de agosto para setembro.

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