Possível reajuste da gasolina foi citado pela Petrobras em comunicado na segunda, mas não foi discutido em reunião com Lula.| Foto: Bigstock
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Em meio a uma crise com o governo por, entre outros motivos, segurar o preço da gasolina, que está defasado em relação ao mercado internacional, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta terça (1º). O encontro também teve a presença do ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, com quem o gestor da estatal vem enfrentando rusgas internas.

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Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, o reajuste dos combustíveis ficou de fora das discussões, que teriam se centrado no Plano de Investimentos da Petrobras e nas ações do ministério no Novo PAC, que será lançado no próximo dia 11.

Prates diz que a reunião foi “alvissareira e construtiva” na apresentação dos planos, que reforçam a intenção de perfurar poços para a extração de petróleo em toda a Margem Equatorial brasileira que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte – incluindo a área na foz do Rio Amazonas, alvo de intensas discussões entre a estatal, o Ibama e os ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente.

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“Versou sobre os planos de investimento, projetos e obras já aprovados, com os quais a estatal brasileira de energia vai contribuir para a estabilidade econômica, atração de mais investimentos, geração de emprego e combate às desigualdades no Brasil”, disse Prates.

“Investimentos da empresa no novo PAC, que visa mais desenvolvimento para o país e a geração de emprego e renda”, afirmou Silveira.

A reunião desta terça (1º) ocorreu um dia depois da própria Petrobras informar que não descarta um reajuste de preços da gasolina e do diesel nas bombas para compensar parte da defasagem na comparação com o mercado internacional, que já chega a 21% segundo importadores.

O assunto é delicado para o governo, já que uma elevação dos combustíveis mexeria diretamente com a inflação que está em um ritmo de queda. Isso serve como um motivo para Lula pressionar o Banco Central para um início de redução da taxa básica de juros, que está em discussão pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e será divulgado no final da tarde desta quarta (2).

No último fim de semana, Prates reforçou a intenção de fazer a perfuração de um poço de teste na região, colocando pressão para o Ibama emitir o licenciamento necessário. A Petrobras projeta um investimento de R$ 16 bilhões em toda a Margem Equatorial até 2027.

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Além do preço dos combustíveis e da exploração da Margem Equatorial, Prates também é pressionado por Silveira para aumentar a produção de gás natural principalmente para as indústrias.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]