Mais da metade das negociações de salários em fevereiro resultaram em reajustes abaixo da inflação. O dado é do “Salariômetro”, estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O relatório afirma que 63,9% das negociações de fevereiro tiveram reajustes salariais menores do que o a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 11,3% nos últimos 12 meses. Em fevereiro do ano passado, o Salariômetro constatou que apenas 18,8% dos acordos coletivos obtiveram reajuste menor do que a inflação.
“O mercado de trabalho está muito fraco, o desemprego está crescendo, o poder de barganha dos trabalhadores está muito enfraquecido, e a inflação está muito alta”, diz Hélio Zylberstajn, coordenador do boletim e professor da USP. “As empresas não conseguem aumentar tanto assim os salários, até porque elas também não conseguem acrescentar a inflação no preço dos seus produtos. E os trabalhadores também não têm força pra negociar.”
Além disso, em fevereiro, foi acordada uma redução da jornada de trabalho e de salários em 12% dos acordos coletivos que tratavam de ajustes salariais. Foram 19, de um total de 154 acordos. Desses 19, dez usaram o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado no ano passado, em que a jornada e o salário do funcionário são reduzidos, e o governo subsidia metade da redução salarial – o que ameniza o impacto no bolso do trabalhador.
Segundo Zylberstajn, as perspectivas para o futuro não são animadoras: “Os sinais da atividade econômica continuam sinalizando para a queda. E, mesmo que em algum momento ela retome e comece a crescer, isso não significa que haverá imediatamente uma retomada de emprego, porque as empresas esperam que haja uma recuperação econômica certa antes de começar a contratar. Portanto, eu não vejo possibilidade de melhora no mercado de trabalho a curto prazo”.
O “Salariômetro” analisou 567 negociações com início de vigência em fevereiro. As informações foram extraídas a página “Mediador” do Ministério do Trabalho e Emprego.
FGTS
Os dados sobre folha de salários, estimada a partir dos depósitos vinculados ao FGTS, também piorou. As informações dessazonalizadas mais recentes disponíveis são de dezembro de 2015, e o montante somava R$ 95,4 bilhões. O valor representa uma queda de 2% em relação ao mês anterior e de 5,6% em relação ao mesmo mês de 2014.
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