Os acordos de negociação salarial firmados em dezembro não conseguiram acompanhar o ritmo da inflação e, com isso, o trabalhador brasileiro terminou o ano com perda real em seu salário. É o que aponta levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base em dados do Ministério do Trabalho (MTE).

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No ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 11%, enquanto os trabalhadores com carteira assinada tiveram em dezembro, na mediana, aumento salarial de 10%.

Em novembro os salários já haviam encolhido 0,3%, descontada a inflação, também levando em consideração a mediana dos reajustes. Novembro e dezembro foram os dois únicos meses do ano em que houve perda real de salários. De julho a outubro, os acordos conseguiram repor a alta dos preços.

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De janeiro a junho sempre houve algum avanço real, mesmo que de apenas 0,1%, como em abril. O melhor mês para o trabalhador foi em janeiro, quando os salários tiveram alta mediana de 1,3% acima da inflação.

Nos 12 meses encerrados em dezembro, o setor de atividade que apresentou a maior queda foi o do agronegócio da cana-de-açúcar, com perda real de 1,3% nos salários. Os trabalhadores de extração e refino de petróleo aparecem logo em seguida, com recuo de 0,4%.

As cinco atividades que apresentaram maior ganho real foram limpeza urbana, asseio e conservação (1,8%), distribuição cinematográfica (1,5%), confecções e vestuário (1,2%), vigilância e segurança privada (1,2%) e refeições coletivas (1,1%).

No recorte geográfico, os cinco Estados com reajustes reais mais significativos nos 12 meses encerrados em dezembro foram Ceará (1,2%), Maranhão (1%), Alagoas (0,9%), Sergipe (0,9%) e Paraná (0,7%). Na parte de baixo do ranking, com perda real dos salários, ficaram Amazonas (-0,8%), Amapá (-0,8%), Espírito Santo (-0,6%), São Paulo (-0,3%) e Acre (-0,2%).

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