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De acordo com um levantamento feito pela consultoria financeira L4 Capital, o real brasileiro teve a terceira maior queda dos últimos 10 anos em relação ao dólar norte-americano. Nesse período, a moeda brasileira perdeu 54% do seu valor. Piores do que o real estão apenas o peso argentino, com desvalorização de 98,3%, e o peso uruguaio, com queda de 70,2% em relação ao dólar.
Para se ter uma ideia, em setembro de 2013, um dólar custava cerca de R$ 2,30. Hoje, o preço da moeda americana mais que dobrou e é preciso desembolsar quase R$ 5 para comprar o mesmo dólar.
Na Argentina, a desvalorização da moeda é reflexo da crise econômica aprofundada por medidas adotadas em governos socialistas. Já o Uruguai enfrenta graves problemas de inflação.
Em quarto lugar no ranking aparece a Colômbia, com queda de 51,8% no mesmo período; o Chile, com 43,5% de desvalorização; o Paraguai, que apresenta queda de 38,7%; e o Peru, com queda de 25,2%. Bolívia e Equador não tiveram dados analisados. Já a Venezuela ficou fora do ranking por ter mudado de moeda nos últimos 10 anos.
Segundo o autor do levantamento, o sócio da L4 Capital, Felipe Pontes, na última década a moeda brasileira sofreu dois abalos: a crise de 2015-2016 e a crise sanitária causada pela Covid-19.
A queda do Produto Interno Bruto (PIB) registrada em 2015 e 2016 foi de, respectivamente, 3,8% e 3,6%. Essa sequência de queda em dois anos consecutivos só havia ocorrido no Brasil em 1930 e 1931, quando o PIB recuou 2,1% e 3,3%, respectivamente.
“Isso prejudicou o real porque investidores não gostam de incertezas econômicas", disse Felipe Pontes ao explicar que o movimento de desvalorização da moeda brasileira leva a um aumento da demanda por dólar, já que os Estados Unidos são conhecidos pela estabilidade.
