A valorização do real frente ao dólar e efeitos sazonais - entressafra e período de chuvas - fizeram com que o número de contratações formais líquidas registrasse em novembro o menor patamar do ano. Foram criados 138.247 empregos, o que representa um incremento de 0,39% do estoque de assalariados com carteira assinada na comparação com mês anterior.

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Em relação aos meses de novembro, o país registrou o segundo melhor número de empregos formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira (16) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Com isso, no acumulado de janeiro a novembro, as contratações líquidas somaram 2,544 milhões. O melhor resultado de novembro foi em 2009, com a geração de 246.695 empregos formais. Mas o ministro lembrou que esse resultado foi decorrente da recuperação de empregos, com o fim da crise financeira internacional.

Segundo Lupi, pela primeira vez no ano, o mercado de trabalho sentiu o impacto da valorização cambial do real frente ao dólar. Mas, assim como acontece todos os meses de novembro, houve impacto de efeitos sazonais como entressafra. No caso do câmbio, o ministro explicou que, com a melhora dos salários e o barateamento de produtos importados, os brasileiros estão optando por comprar mercadorias que vêm de fora neste final de ano e isso reflete em produção menor das empresas brasileiras e, consequentemente, em um número inferior de contratações.

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"Isso é a fotografia do momento. Não estou culpando o dólar pela redução de empregos. Estou dizendo que foi um dos fatores que influenciaram", afirmou o ministro. Para Lupi, o dólar não deve influenciar negativamente nas contratações do próximo ano. Até porque o governo tem vários instrumentos para impedir que isso aconteça, como é o caso de adotar uma sobretaxa no importado ou criar isenções de tributos para a compra de produtos nacionais.

Apesar de o ministro comemorar os números, porque o resultado de novembro possibilitou que fosse "cumprida a meta" para o ano, de 2,5 milhões de empregos formais líquidos, isso só foi possível com a incorporação dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que considera empresas que entregaram informações sobre empregos com atraso e também servidores públicos.

O acumulado deve cair em dezembro, devido às demissões de temporários. A previsão de Lupi é de que as demissões líquidas em dezembro fiquem abaixo da média histórica de 300 mil.

Previsões para 2011

Lupi manteve a estimativa de criação de três milhões de postos de trabalho formais em 2011. Ele acredita que a desaceleração da economia não deve impactar fortemente o mercado de trabalho. Isso porque parte do efeito negativo de um crescimento menor deve ser compensada pela aceleração da construção de obras públicas. "O governo recupera o poder de alavancar", afirmou Lupi, acrescentando que neste ano o Executivo tinha a limitação do período eleitoral.

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