Usar um óculos de realidade virtual para jogar games e conhecer à distância lugares inóspitos pode soar como uma roubada para muita gente, visto a má fama que o dispositivo conquistou ao longo das últimas décadas, depois lançamentos frustrados e enjoos nos usuários. Uma empresa curitibana, no entanto, quer tornar este tipo de aparelho tão popular e acessível quanto os smartphones usados por milhões de brasileiros. E com a ajuda dos próprios celulares.
Localizada no Parque de Software de Curitiba, a Beetech, desenvolvedora de games e aplicativos, criou o protótipo de um óculos de realidade virtual que acopla o smartphone dentro do aparelho, aproveitando a tela e o hardware do celular. As duas lentes do óculos dão a sensação de imersão no cenário reproduzido. Para olhar para o lado ou para cima, basta mover a cabeça e a tela acompanha o movimento.
O visual do BeeNoculus lembra o Oculus Rift, dispositivo que tem causado furor entre desenvolvedores do mundo todo, incluindo Mark Zuckerberg o Facebook comprou em março a startup que criou o óculos, por US$ 2 bilhões. O aparelho norte-americano tem uma tela HD de 7 polegadas, processador e sensores próprios, como um giroscópio e acelerômetro.
Parceria
Apesar das grandes diferenças técnicas entre os aparelhos, a Beetech quer seguir o mesmo modelo de negócio utilizado pela Oculus VR, criadora do Rift: colocar à disposição de programadores um kit de desenvolvimento, fazendo com que estes se encarreguem de produzir aplicativos e programas para o dispositivo. Afinal, é preciso que os jogos sejam criados pensando na capacidade de imersão proporcionada pela realidade virtual portanto, nada de querer jogar no BeeNoculus o Angry Birds que você tem no celular.
O kit de desenvolvimento do Rift, por exemplo, é vendido pela internet por US$ 350 até abril deste ano, a Oculus VR já havia recebido 85 mil encomendas. A intenção da Beetech é disponibilizar o kit até o final do ano, também por meio de um site próprio, por cerca de R$ 500. A empresa já desenvolveu cinco aplicativos próprios para o óculos, incluindo um game de corrida e outro que simula a pilotagem de um avião os programas poderão ser baixados para o celular e, assim, utilizados no BeeNoculus.
"Não temos nenhuma pretensão de achar que vamos desenvolver tudo sozinhos. Para isso, queremos seguir a lição do Rift e buscar o apoio de milhares de desenvolvedores, para que eles criem conteúdo e, assim, valor para o óculos" afirma o fundador da Beetech, José Evangelista Terrabuio Jr. Além do óculos em si, o kit do BeeNoculus também incluirá um joystick para games, que se conectará ao celular via Bluetooth.****VIDEO****