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Dia da Criança

Recalls de brinquedo chinês dão dianteira à indústria nacional

Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU para Mianmar | Reprodução/Unesco
Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU para Mianmar (Foto: Reprodução/Unesco)

Após realizar sondagem com lojistas, a Associação Comercial do Paraná (ACP) estima que o faturamento com o Dia da Criança venha a ser 8% superior ao registrado no ano passado. Alguns lojistas de confecções têm previsão ainda melhor, de aumentar as vendas de 10% a 15%, devido à cautela dos pais com a segurança dos brinquedos da Mattel e Gulliver, duas das maiores fabricantes, que anunciaram recall por defeito, recentemente.

Outros levantamentos reforçam a expectativa otimista da ACP. Na Região Sul, de acordo com pesquisa da Serasa, 53% dos comerciantes esperam elevar o faturamento em relação ao ano passado. Por enquanto, há mais pesquisa de preços do que vendas, mas espera-se que as compras tenha tíquete médio de R$ 50.

O sócio-proprietário da rede de lojas Xiquita, que vende roupas e brinquedos, Maruan Majid, verificou que boa parte das vendas de brinquedos importados migrou para produtos nacionais e para as roupas. A alta nas vendas de confecções, até agora, é de 15%. Segundo ele, outros empresários do ramo registraram a mesma migração. "Até o Natal isso deve se reverter."

A cabeleireira Rosamaria Rugéri foi uma das clientes que preferiu comprar roupas, aproveitando a chegada da coleção de verão para renovar o guarda-roupas da neta. Foram quase dez peças. "Vou gastar uns R$ 120. É ela quem pede roupa", diz a avó da vaidosa menina de três anos.

Nos hipermercados Big, as roupas devem vender 25% a mais do que no ano passado, com destaque para o lançamento de blusas ilustradas com a personagem Josefine Papillon, a partir de R$ 14.

Rejeição

O recall da Mattel exigiu o recolhimento de 40 produtos do mercado e provocou queda nas vendas da marca. Nas lojas Xiquita, a retração foi de 85% em relação ao mesmo período do ano passado. "Simplesmente não vende. Da Polly, o cliente não pode nem ouvir falar", diz Maruan Majid. Entre os produtos importados estão bonecas Barbie e Polly, Batman, Superman e brinquedos da Hot Wheels, Max Steel, Fisher-Price e Matchbox.

Com a proibição, pelo governo, da importação de brinquedos Mattel fabricados na China, um dos principais fornecedores nacionais da Xiquita, a Bandeirante, ficou sobrecarregado de pedidos e atrasou a entrega de mercadoria. "Estamos produzindo de vento em popa e mesmo assim recusamos parte das entregas. É como ocorria antigamente, antes da entrada no mercado dos importados", avalia o representante no Paraná, Elder Teixeira. As vendas subiram 40% ante o ano passado.

A população que não pode gastar nem um real e recorre aos presentes "chineses" o faz com cautela. "Eu vi as reportagens sobre acidentes com pecinhas, agora não sei o que comprar", diz o metalúrgico Sidney Seguro. Com a afilhada, a sobrinha e a filha da amiga, são três meninas de um ano para presentear. Para o sobrinho de sete anos será mais fácil. "O carrinho ou o helicóptero."

"Não compro brinquedo com peças pequenas de maneira nenhuma. Outro dia desisti de levar um ferro de passar para minha neta de dois anos porque ela poderia colocar de verdade na tomada", conta a doméstica Maria Catarina da Silveira.

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), que registra no Dia da Criança cerca de 40% do faturamento anual de suas associadas, aponta alta de 6% nas vendas das últimas semanas em relação a 2006. Para o Natal, espera alta de até 10%.

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