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Curitiba – Os royalties do plantio de soja transgênica no Paraná devem render pelo menos R$ 16 milhões. Esse valor leva em conta a disponibilidade para o estado de 800 mil sacas (de 40 quilos) ou 32 mil toneladas de semente certificada, o suficiente para cultivar 640 mil de hectares – 15% da previsão de plantio de soja no estado.

O cálculo da receita, no entanto, é feito com base na cobrança de R$ 0,50 por quilo de semente. Mas a multinacional Monsanto, detentora da tecnologia da soja Roundup Ready, e as empresas produtoras de sementes ainda discutem o valor e a metodologia de cobrança desses royalties, a chamada taxa tecnológica. A Monsanto insiste nos R$ 0,88, transferindo a responsabilidade de um possível desconto na relação dos sementeiros com o produtor. Se considerado esse valor, a receita com os royalties no Paraná pode saltar para R$ 28 milhões.

A Associação Brasileira de Produtores de Sementes e Mudas (Abrasem) ainda não tem um balanço fechado do volume total de sementes disponível para cultivo na safra 2005/2006. A estimativa, segundo Iwao Miyamoto, presidente da Abrasem, é que existam 3 milhões de sacas de sementes transgênicas legais no Brasil – ou 120 mil toneladas. Nessa relação, com uma taxa tecnológica de R$ 0,50 por quilo, teoricamente os royalties a serem recolhidos em todo o país devem atingir R$ 60 milhões.

A previsão da Abrasem é que o cultivo do grão transgênico represente 10% da área total de soja no Brasil. Essa previsão, no entanto, diz respeito à sementes legais, certificadas ou salvas. Contudo, a própria Abrasem acredita que a área cultivada com soja Roundup Ready deve ser maior. "Os produtores que vão utilizar semente não certificada, ilegal, devem elevar essa estimativa para 20% ou até 25% da área a ser cultivada", disse Miyamoto.

Para evitar que esses produtores escapem do pagamento pelo uso da tecnologia, a Monsanto também está exigindo o pagamento de 2% sobre o valor de comercialização da safra. Seria uma taxa de indenização cobrada no grão.

Conforme a Gazeta do Povo adiantou na edição de domingo, diretores da Monsanto e representantes do setor produtivo do Paraná reuniram-se ontem em Curitiba para definir a forma de cobrança dos royalties no estado. No início da noite, o diretor de comunicação da multinacional Lúcio Macsanyi, confirmou o encontro, mas disse que as partes ainda não chegaram a um consenso.

A reunião, segundo informou Macsanyi, foi com representantes do sistema cooperativo do Paraná, que movimenta quase 70% da produção de soja do estado. Um novo encontro será marcado para os próximos dias.

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