A receita bruta do setor de serviços cresceu 4,6% em julho ante igual mês de 2013, revelou nesta terça-feira, 16, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do menor avanço nesta comparação em toda a série do indicador, iniciada em janeiro de 2012.

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No ano, a receita bruta do setor acumula alta de 7,0%. Já em 12 meses, a taxa de crescimento desacelerou a 7,6%, ficando pela primeira vez abaixo de 8,0% desde o início da série neste tipo de confronto (janeiro de 2013).

O IBGE ainda revisou o dado sobre a receita bruta nominal do setor de serviços de junho de 2014 ante junho de 2013. O crescimento, que havia sido apontado em 5,7%, passou para 5,8%.

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A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) foi inaugurada em agosto de 2013, com série histórica desde janeiro de 2012. Produz índices nominais de receita bruta, desagregados por atividades e com detalhes para alguns Estados, divididos em quatro tipos principais: o índice do mês frente a igual mês do ano anterior; o índice acumulado no ano; o índice acumulado em 12 meses; e o índice base fixa, comparados à média mensal obtida em 2011.

Ainda não há divulgação de dados com ajuste sazonal (mês contra mês imediatamente anterior), pois, segundo o IBGE, a dessazonalização requer a existência de uma série histórica de aproximadamente quatro anos.

Copa e consumo menor afetam setor de serviços A desaceleração do consumo das famílias, o menor dinamismo do comércio e da indústria e uma fatia final do efeito Copa do Mundo explicam o resultado fraco do setor de serviços em julho, afirmou Juliana Paiva Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta terça-feira, 16, o órgão anunciou que a receita nominal da atividade de serviços subiu 4,6% em julho ante igual mês de 2013, o menor crescimento de toda a série histórica, iniciada em janeiro de 2012. O resultado não desconta o efeito da alta de preços. "Os serviços são reflexo principalmente da demanda empresarial e são dependentes da indústria e do comércio, que vêm mostrando menor dinamismo nos últimos meses. A atividade de serviços sentiu maior impacto da conjuntura mais desfavorável", explicou Juliana.

De acordo com a gerente do IBGE, o rescaldo dos feriados durante a Copa do Mundo também contribuiu para travar a atividade durante o mês de julho. "O setor de transporte aéreo foi um dos mais afetados, com a queda do turismo de negócios. Os empresários ficaram esperando a Copa acabar para retomar o ritmo", disse Juliana. Outro segmento prejudicado, segundo ela, foi o de tecnologias audiovisuais, que havia tido um junho excepcional diante das receitas de transmissões de jogos e publicidade.

Os serviços prestados às famílias, único setor que não é dependente da demanda empresarial, tem pouco peso no indicador geral. Mas o resultado de julho sinalizou forte desaceleração no consumo. A alta da receita nominal foi de 5,4% em julho, após ter subido 11,1% em junho, sempre em relação a igual mês do ano passado. Além da Copa do Mundo, que prejudicou o movimento em alguns estabelecimentos, a gerente do IBGE ressaltou que o desempenho corrobora a tendência de menor ritmo de consumo das famílias. "Se alguém está com dívidas, menor acesso a crédito e renda crescendo menos, é natural que segure os gastos com restaurantes por exemplo, entre outros serviços", observou Juliana. Segundo ela, o desaquecimento da economia também pesa na hora de decidir o que consumir. "As famílias podem demorar para sentir esse efeito (da economia), mas no mês de julho parece que sentiram bastante", acrescentou.

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Em 12 meses, a taxa de expansão da receita de serviços deixou pela primeira vez a casa dos 8% e acumulou, até julho, alta de 7 6%. A desaceleração ficou mais acentuada a partir de março deste ano. "Agora, temos de aguardar para ver o que vai acontecer nos próximos meses", avaliou Juliana.