As férias escolares deram um pequeno respiro ao setor de serviços, e a receita nominal da atividade cresceu 2,1% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta sexta-feira (18) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa, que não desconta os efeitos da inflação, é idêntica à observada em junho, um sinal de interrupção na tendência de piora, segundo alguns economistas. “Aparentemente, no curto prazo, parece ter uma parada na tendência de piora do setor. Parece algo pontual”, avaliou o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo.
Cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), porém, mostram que o setor, na verdade, intensificou o ritmo de queda em termos reais. Na comparação anual, a receita de serviços encolheu 3,4% em julho, após ter cedido 2,4% no mês anterior. A instituição faz as contas com base em uma instrução do próprio IBGE para a inclusão das informações no Produto Interno Bruto (PIB).
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Leia a matéria completa“Tem sido um ano difícil para o setor, que antes vinha sustentando a economia. A sondagem empresarial mostra as empresas ainda pessimistas, então tudo indica que o terceiro trimestre vai ser complicado, possivelmente apontando novo recuo no PIB”, avaliou a economista Talita Silva Mereb, pesquisadora do Ibre/FGV.
Em 12 meses, a alta de 3,3% é a menor da série, iniciada em janeiro de 2013. No mês que vem, o IBGE trará um retrato mais preciso do setor de serviços, pois passará a divulgar oficialmente os índices de volume, ou seja, que descontam o efeito de preços.
Perda de fôlego
A desaceleração mais notável e preocupante veio do setor de serviços administrativos e complementares, que inclui tarefas de segurança e limpeza. O segmento costuma ser mais resistente a crises econômicas, já que as empresas não podem prescindir dessas atividades. Mas os dados de julho mostram que há uma tentativa de enxugar os gastos na área.
“Isso preocupa. A empresa não deixa de utilizar os serviços, mas se antes utilizava 30 pessoas na limpeza, hoje usa 20. Isso vai se refletir em desemprego”, disse o técnico Roberto Saldanha, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços no IBGE. (Colaborou Maria Regina Silva)
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