A recessão provocada pela crise da dívida pública na Europa fez com que a Espanha tivesse em março saldo positivo na balança comercial pela primeira vez em 42 anos. Segundo o Ministério de Economia, o país teve superavit de 634,9 milhões de euros (R$ 1,65 bilhão). Em relatório divulgado ontem, o governo informou que as importações caíram 15% em comparação ao mesmo período do ano passado, chegando a 19,653 bilhões de euros. Já as exportações subiram 2%, alcançando 20,288 bilhões de euros. Em março de 2012, o déficit comercial espanhol era de 3,245 bilhões de euros.
Os números mostram que a forte queda do consumo interno afetou fortemente a compra de produtos de outros países, assim como tem prejudicado a produção local. A redução do consumo se deve ao aumento do desemprego que, no país, chegou a 27% em março. No primeiro trimestre, a balança comercial fechou com saldo negativo de 4,048 bilhões de euros, uma queda de 62% em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e março, as importações caíram 6,9% em ritmo anual, a 60,632 bilhões de euros, enquanto as exportações aumentaram 3,9%, chegando a 56,584 bilhões de euros.
A Espanha é a quarta maior economia da zona do euro e um dos países mais afetados pela crise. Os números da balança comercial local são divulgados um dia após o Escritório de Estatísticas Europeu (Eurostat) revelar que o saldo comercial na área de moeda única terminou março com superávit de 22,9 bilhões de euros. No primeiro trimestre, a economia espanhola teve contração de 0,5%. A queda na zona do euro foi de 0,2%.
Fraude
Banqueiro espanhol é solto após pagar fiança de R$ 6,5 milhões
O ex-presidente do banco espanhol Caja Madrid Miguel Blesa foi solto ontem, depois que seus advogados depositaram a fiança de 2,5 milhões de euros (R$ 6,5 milhões) para que o banqueiro saísse da prisão, segundo o jornal espanhol El País. A quantia havia sido estipulada pelo juiz na quinta-feira, quando foi ordenada a prisão provisória de Blesa.
Com Blesa na presidência, a Caja Madrid anunciou em 2008 a compra de 83% do City National Bank of Flórida por US$ 927 milhões e, posteriormente, comprou 100% da entidade com outros US$ 190 milhões. Nos autos, o juiz mencionou um relatório do Banco da Espanha do mês passado em que apontava que a compra do banco foi em partes para evitar o controle da secretaria de Economia e Fazenda da comunidade Autônoma de Madri e que seu preço excedeu o que pagaram o Banco Popular e o Banco Sabadell na compra de outras entidades em Miami.
Segundo Blesa, sua responsabilidade na aquisição foi a mesma do resto dos membros do conselho de administração da Caja Madrid, formado por 20 pessoas que aprovaram por unanimidade a operação em 2008.
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