A recuperação da atividade industrial não está sendo acompanhada de criação de empregos na mesma proporção e velocidade. Ao contrário, a expansão da produção em boa parte é sustentada no aumento da produtividade dos trabalhadores no período de recuperação, somado ao esforço dos empregados que permaneceram no mercado.
Essa tendência aparece nas respostas de empresários entrevistados nos últimos dois meses em uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). De um total de 365 empresas consultadas, 76% disseram esperar aumento de produção no primeiro semestre deste ano e só 6% falam em queda. O otimismo não para aí: 81% pretendem realizar, este ano, investimentos capazes de aumentar em 15%, na média, a sua capacidade produtiva.
Em contrapartida, os empresários estão divididos em relação à contratação de novos empregados: 51% pretendem fazê-lo e 49% não têm planos de contratar. Em média, essas empresas têm expectativa de ampliar em 7,36% o seu quadro de pessoal no semestre.
"O esforço sempre é o aumento de produtividade", diz o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "Ninguém se preocupa dentro do mundo moderno em aumentar volume de produção a qualquer custo, é uma relação entre custo e benefícios e isso significa aumento de produtividade."
Simulação feita pela Fiesp indica que, projetado para o conjunto total das indústrias paulistas, a taxa de crescimento de postos de trabalho no semestre seria de 3,95%. O número corresponde a cerca de 90 mil novas vagas. É pouco se comparado com o estrago causado no emprego pela crise financeira mundial.
BNDES
Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), indica que a queda das exportações é responsável por 74,9% da retração da indústria nos seis meses seguintes à crise. Sem a queda na demanda externa, a produção industrial em outubro de 2009 teria praticamente retornado ao patamar pré-crise, afirma o banco.
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