Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Tragédia no Sul

Número de empresas em recuperação judicial deve crescer no Rio Grande do Sul

Tragédia no RS
Homens utilizam telhas para navegar em Canoas (RS): tragédia humanitária e econômica deve se refletir em aumento de casos de recuperação judicial entre as empresas (Foto: André Borges/EFE)

Ouça este conteúdo

A tragédia econômica e humanitária provocada pelas chuvas comprometeu a atividade econômica no Rio Grande do Sul e tende a desacelerar o PIB nacional. Os efeitos iniciais já são perceptíveis, como a diminuição na movimentação de cargas, resultante dos bloqueios nas estradas gaúchas e das adversidades enfrentadas pelas empresas. A médio prazo, espera-se um incremento no número de empresas em recuperação judicial, conforme indicam especialistas consultados pela Gazeta do Povo.

Luiz Rabi, economista sênior da Serasa Experian, relata que as empresas enfrentam dificuldades operacionais e que há escassez de empregos para a população. Esse cenário propicia o aumento da inadimplência e, consequentemente, o crescimento do número de companhias em situação delicada.

Rodrigo Gallegos, sócio da RGF Associados, consultoria especializada em estruturação empresarial, prevê uma postura mais receptiva da Justiça frente a essas adversidades, agilizando os processos de recuperação judicial. “Em meio à catástrofe, é imprudente negligenciar o aspecto social”, afirma.

Dados da consultoria apontam que, no primeiro trimestre do ano, 337 empresas estavam em recuperação judicial no Rio Grande do Sul, um aumento de 3,7% em comparação com o último trimestre de 2023. No Brasil, a elevação foi ligeiramente superior: 3,9%.

O Rio Grande do Sul ocupa a oitava posição entre os estados com a maior proporção de empresas em recuperação judicial. No primeiro trimestre, a taxa era de 2,36 empresas por mil, considerando apenas as sedes de companhias ativas de todos os portes. O índice gaúcho supera em 26,2% a média nacional. Os líderes do ranking são Goiás (4,87 por mil), Alagoas (4,53 por mil) e Pernambuco (4,24 por mil).

Os setores no Rio Grande do Sul com o maior número de empresas em recuperação judicial são: holdings de instituições não financeiras (21 ou 2,8 por mil), comércio varejista de combustíveis (17 ou 7,15 por mil) e transporte rodoviário de cargas (13 ou 3,42 por mil).

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.