As economias da Ásia e do Pacífico progredirão a um ritmo gradual em 2013, tendo em vista que a perspectiva econômica global melhorou, mas o risco de desequilíbrio financeiro está crescendo em algumas partes da região, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório divulgado neste domingo (29).
O FMI disse que a região como um todo deve conseguir um crescimento de 5,7% em 2013, menor do que sua previsão mais recente de 5,9% feita em outubro. A nova estimativa se deve em parte ao fato de que a desaceleração em toda a região em 2012 foi mais profunda do que as autoridades do FMI esperavam. O FMI estimou um crescimento de 5,3% para 2012.
Para o FMI, a definição da região da Ásia e do Pacífico inclui Austrália e Nova Zelândia e os países do sul da Ásia como Bangladesh, Índia e Sri Lanka.
A alta demanda doméstica e fortes fluxos de entrada de capitais, alimentados por políticas monetárias de relaxamento dos EUA, União Europeia e Japão, são os principais fatores que sustentam o crescimento esperado na Ásia, de acordo com o relatório do FMI.
Essas entradas devem continuar no curto prazo. "Em particular, o portfólio de fluxos de equities devem impulsionar o consumo privado e o investimento na Ásia, principalmente, pelo aumento dos preços dos ativos e impulsionando o crescimento do crédito", disse o relatório do FMI.
Mas a instituição emitiu um sinal de aviso de que esses fluxos de entrada também podem criar riscos de sobreaquecimento, especialmente quando combinados com os efeitos do crédito em alguns países. Nações que têm obtido os maiores crescimentos do crédito nos últimos trimestres incluem Malásia, Filipinas e Cingapura, de acordo com um gráfico no relatório.
"Os mercados tem claramente se aquecido, principalmente em várias [economias do sudeste asiático], embora elas ainda não estejam em superaquecimento", segundo o relatório do FMI.
Isso significa que os formuladores de políticas na Ásia terão de caminhar sobre uma linha fina entre a proteção contra bolhas de ativos e continuar a apoiar o crescimento. "Os formuladores de políticas monetárias devem estar prontos para responder antecipadamente e de forma decisiva aos riscos potenciais de superaquecimento", escreveu o FMI.
A China continuará a ser o motor de crescimento da região, acrescentando 8,0% e 8,2% ao Produto Interno Bruto em 2013 e 2014, respectivamente, disse o FMI. O crescimento das economias do Sudeste Asiático será de 5,5% em 2013 e 2014, de acordo com o relatório.
Mas a China continua em risco de desaceleração, particularmente se o novo programa de reforma do governo tropeçar, o que se tonaria um peso para o resto da região. Tal desaceleração "pode ser desencadeada por um estresse financeiro relacionado ao rápido crescimento em produtos financeiros alternativos ou um progresso desigual nas reformas, o que poderia afetar a confiança, o investimento estrangeiro direto e o investimento privado", de acordo com o relatório do FMI. As informações são da Dow Jones.