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A produção industrial do Paraná cresceu mais do que a dos outros 13 estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no primeiro quadrimestre. A evolução em relação ao mesmo período do ano passado foi de 9,3% . O número, no entanto, tem uma base de comparação fraca – no mesmo período do ano passado, a produção industrial do estado havia caído 5,7% em relação ao acumulado entre janeiro e abril de 2005, principalmente por causa da forte crise agrícola.

A evolução foi influenciada pelos setores de edição e impressão (incremento de 36%) e alimentos (9,7%), este puxado pelas carnes. Outros nove segmentos pesquisados no estado elevaram a produção, com destaque para veículos (13,4%). Ao contrário da indústria de móveis, que cresceu quase 16%, a da madeira caiu 18% nos primeiros quatros meses – a justificativa está na perda da competitividade com a valorização do real.

Em relação a março, a produção do estado seguiu em abril a tendência nacional (queda de 0,1%) e recuou 0,3%. "É uma acomodação que vem após avanço de 7,9% nos três primeiros meses do ano", explica a economista do IBGE, Denise Cordovil.

Das 14 regiões pesquisadas no país, 10 registraram queda em abril. A retração foi mais forte em Goiás (- 4%) e no Espírito Santo (- 3%). Ampliaram a produção Rio Grande do Sul (2,9%), Rio de Janeiro (0,8%), Santa Catarina e São Paulo (ambos com 0,1%). Com relação ao Paraná e ao Rio Grande do Sul, a economista do IBGE destaca a recuperação do setor agrícola, que por sua vez estimula o setor de alimentos.

Mês a mês

Na comparação com abril de 2006, a produção do Paraná cresceu 13,2%, mais que o dobro da média nacional, de 6%. No ano anterior, no entanto, o estado havia amargado queda de 6,3%, se comparado ao desempenho de abril de 2005.

Na comparação entre os meses, o destaques paranaenses são novamente alimentos (16,6%) e edição e impressão (42%). Este último, fortemente influenciado pelo desempenho da Posigraf (leia mais na página 18). Também influenciaram de forma positiva o segmento de minerais não-metálicos (insumos da construção civil, com 47,5%) e outros químicos (adubos e fertilizantes, com 51,4%). O setor de máquinas e equipamentos (especialmente tratores) registrou alta de 15,6%. "A compra de bens de capital indica a aproximação de um novo ciclo de investimentos", diz Denise. Só o segmento de madeira caiu (22,5%).

Nos 12 meses encerrados em abril, a produção do estado subiu 3,1%, o dobro da taxa registrada no período até março.

A evolução do setor de alimentos do Paraná é devida ao crescimento no abate de frangos (que representam 70% do setor de carnes do estado) e à produção de açúcar. Para o presidente da Associação das Indústrias Avícolas do estado (Avipar), Domingos Martins, além de o setor estar se recuperando da crise da gripe asiática, há aumento no consumo e exportações. No primeiro quadrimestre, o número de abates cresceu 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

O estado tem abatido em média 94 milhões de aves por mês. "A procura cresce porque temos quantidade e qualidade", diz Martins. As vendas externas de janeiro a abril somaram 260 milhões de quilos de frango, destinados principalmente a países árabes e asiáticos. O volume representa 25% do que o Brasil exportou. Com isso, a Avipar espera encerrar 2007 com alta de 12% nos abates.

Mesmo assim, segundo Martins, o produtor ainda não recuperou a rentabilidade perdida, já que o preço do frango desossado e dos insumos subiram na mesma medida, 30%. Já o abate de suínos cresceu 13% nos quatro primeiros meses devido à queda de preço, que estimulou maior consumo interno.

O abate de carne bovina caiu 14% na comparação com o 1.º quadrimestre de 2006. Após o auge da crise causada por suspeitas de febre aftosa, a carne do estado continua barrada por 54 países. "Muitos pecuaristas desistiram da atividade e passaram a outras culturas, como a cana-de-açúcar", conta o economista do Sindicarne, Gustavo Fanaya.

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