Rio Se a geração de energia está sob controle, na avaliação do governo, é certo que a rede elétrica brasileira precisará de investimentos de R$ 13,8 bilhões entre 2007 e 2009 para evitar o risco de colapsos localizados no fornecimento de energia. A conclusão é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que lançou em junho o Programa de Ampliação de Reforços da Rede Básica de Energia (PAR) para os próximos três anos. Parte das obras propostas já está em processo de concessão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O PAR propõe medidas para reduzir o risco de apagões no país, que devem ser tomadas por geradoras, distribuidoras ou licitadas pela Aneel. O objetivo é reforçar a rede, criando alternativas para manutenção do fornecimento em caso de sobrecarga ou falhas na rede existente, como a queda de uma linha de transmissão, por exemplo. Problemas como esses foram responsáveis por grandes apagões ocorridos no país na virada da década, como o de janeiro de 2002, que deixou 10 estados sem energia devido a falhas no sistema de proteção da rede elétrica.
Para o período entre 2007 e 2009, o ONS sugere a construção de cerca de 12,4 mil quilômetros de linhas de transmissão e de 176 transformadores para reforçar as subestações de energia. Do investimento total previsto, R$ 7,6 bilhões serão aplicados em linhas e R$ 6,2 bilhões na compra e instalação de transformadores. Alguns projetos previstos servirão para preparar a rede para a entrada de novas usinas no Sistema Interligado Nacional. No Sul, por exemplo, as usinas de Barra Grande e Campos Novos terão problemas para operar a plena capacidade se não houver reforço na subestação Campos Novos, aponta o documento. São mais de 1,5 mil megawatts de potência, que não podem ser gerados em sua totalidade por causa do gargalo no equipamento de transformação da energia. O PAR indica ainda que o Mato Grosso está com sua capacidade de transmissão esgotada, impedindo o despacho total das usinas da região. O estudo afirma que há 32 subestações com risco de sobrecarga caso não sejam tomadas medidas de reforço.
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