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Argentina

Redrado perde poder e endurece sua postura

Manifestantes em frente ao BC: pressão sobre Redrado | Marcos Brindicci/Reuters
Manifestantes em frente ao BC: pressão sobre Redrado (Foto: Marcos Brindicci/Reuters)

O presidente do Banco Central da Argentina, Martín Redrado, mantido no cargo por medida judicial, endureceu sua postura no conflito que mantém com o governo de Cristina Kirchner e com diretores do BC ligados ao kirchnerismo. "Eles creem que me matam e eu creio que eles se suicidam", afirmou Redrado, cujo poder como presidente da autoridade monetária foi limitado, na quinta-feira, por decisão da diretoria.

"Sou mais duro do que parece", disse Redrado à imprensa local, na manhã de ontem, ao ser indagado sobre a norma que limita sua atuação à frente do BC. Por seis votos contra dois, os diretores decidiram que Redrado não poderá realizar nenhuma gestão internacional sem autorização da diretoria, nem representar o país nas negociações de reabertura da troca da dívida. Antes, a diretoria já havia desvinculado Redrado do comando da mesa de câmbio da instituição A partir de agora, Redrado só pode realizar viagens ao exterior com expressa autorização da diretoria.

Estados Unidos

Redrado parece não se dar por vencido. Ele apresentou uma proposta ao juiz norte-americano Thomas Griesa, que suspendeu os embargos impostos às contas do BC no Federal Reserve (FED). A liberação foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Amado Boudou, no fim da tarde de ontem – na quinta-feira, o governo chegou a fazer o mesmo anúncio, mas não foi confirmado. A Justiça dos EUA fez dois bloqueios a pedido de fundos que têm títulos da dívida argentina que sofreram um calote em 2001 e que não foram incluídos na renegociação feita pelo país.

Ele também afirmou que continua "no comando" do BC e defendeu a manutenção da autonomia da autoridade monetária e a independência de critérios, os quais, conforme Redrado, são argumentos fundamentais para proteger as reservas internacionais "Se não fosse assim, não só as reservas depositadas no Fed correriam risco, mas todos os ativos argentinos em qualquer outra parte do mundo", disse ele. "Vou utilizar toda minha força, toda minha capacidade para defender a Argentina e evitar que isso ocorra", concluiu.Informações publicadas pela imprensa indicam que os fundos especulativos vão tentar embargar também as reservas depositadas na Basileia. Até o momento, o "banco central dos bancos centrais" é o único refúgio para os ativos do BC argentino. Mas o precedente aberto pela Justiça americana facilitaria uma vitória dos fundos especulativos e seu argumento de que os dólares do BC são, em realidade, do Tesouro. A criação do Fundo do Bicentenário, composto por uma parte das reservas para pagar a dívida pública em 2010, é a razão para que esta interpretação dos fundos e da Justiça ganhe corpo.

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