A forma mais eficiente e menos onerosa para estimular o equilíbrio da balança comercial brasileira é a redução da taxa básica de juros (Selic), segundo afirmou nesta segunda-feira(1º) o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.
Em entrevista coletiva na qual explicou o comportamento da balança comercial brasileira no mês de maio, Barral mostrou que houve reduções significativas das exportações em relação a abril (-2,7%) e também no acumulado do ano (-22,2%), comparado a igual período de 2008, por causa principalmente da volatilidade do câmbio internacional.
Essa instabilidade cambial gera incertezas, dificulta o planejamento das exportações e provoca insegurança no exportador disse Barral. Segundo ele, vários fatores contribuem para essa volatilidade, que é "um dos motivos de preocupação do governo. A posição do Ministério do Desenvolvimento é pela redução da taxa de juros, afirmou o secretário.
Embora tenha peso diferente em cada setor, Barral acredita que a desvalorização do dólar ante as principais moedas este ano (-15 3% em relação ao real) tem contribuído para reduzir a competitividade dos preços nacionais no exterior, principalmente dos produtos manufaturados, com maior valor agregado, e que custam mais caro, como aviões, automóveis e autopeças, dentre outros.
O secretário enfatizou, porém, que não existe um valor ideal para o dólar, uma vez que a moeda norte-americana tem efeitos diferentes em cada setor. Daí a importância, segundo ele, de o câmbio ser flutuante e de o Banco Central reduzir a taxa de juros, atualmente de 10,25% ao ano, e que deve baixar para 9,50% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), dias 9 e 10 deste mês, de acordo com a média das perspectivas do boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central.
Barral disse ainda que a entrada de dólares no país, principalmente nos últimos três meses, tem sido um dos principais fatores para a queda da cotação do dólar. O secretário disse que interessa ao governo que continue a compra de títulos públicos por estrangeiros. Serão mais dólares na economia doméstica, maior valorização do real e melhor recomposição das reservas internacionais. explicou. Além disso, acrescentou, não se cogita aumentar o IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] neste momento.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast