A atual geração de biocombustíveis atende à meta europeia para redução das emissões de dióxido de carbono, mas sua performance varia bastante dependendo da matéria-prima e do processo de produção utilizado, mostrou um estudo francês.
A maioria dos biocombustíveis feitos com grãos mostra uma queda de 60 a 80 por cento nas emissões em comparação com os combustíveis fósseis, acima da meta de 35 por cento determinada pela União Europeia para 2010, de acordo com o estudo publicado na quinta-feira pela agência francesa de energia e meio-ambiente Ademe.
A redução de emissões foi de pelo menos 50 por cento para todos os tipos de biodiesel feitos com oleaginosas, e para o etanol que é feito a partir de grãos como milho, além de cana-de-açúcar e beterraba.
"Excluindo qualquer mudança no uso da terra, a redução no nível de emissões de gás do efeito estufa está confirmado para todos os setores de biocombustíveis, sendo que o benefício envolvido supera qualquer incerteza ou escolhas na metodologia", disse o relatório.
Entretanto, a redução foi mais modesta para o ETBE, mistura de etanol e isobutileno normalmente usado por distribuidores de em vez de etanol puro, sendo que o ETBE à base de trigo mostrou a menor queda, 35 por cento.
A redução de CO2 para o ETBE feito com beterraba, a matéria-prima mais comum para o etanol na França, foi calculada em 51 por cento.
O estudo, lançado no ano passado pela Ademe e o governo francês, atiçou o debate sobre os chamados biocombustíveis de primeira geração, que segundo os críticos oferecem poucos benefícios ambientais e utilizam alimentos.
Os autores do estudo alertaram, entretanto, que as estimativas estão sujeitas a incertezas em relação a como medir o impacto sobre as emissões das mudanças no uso da terra e a prsença de nitrogênio devido aos fertilizantes.
"Mudanças no uso da terra podem alterar significativamente esses resultados, e possivelmente até reverter o equilíbrio para produtos importados", disseram eles.
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