A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, considerou nesta sexta-feira que a decisão do Banco Central Europeu de diminuir as taxas de juros em 0,25% "deveria representar um sinal para todas as economias da zona".
Além do corte dos juros a 0,75%, seu mínimo histórico, Lagarde ressaltou a importância da decisão do BCE de baixar a 0% a facilidade de depósito, que remunera depósitos overnight em bancos centrais.
"É relevante, para assim poder estimular o mercado interbancário, que não está tão ativo como deveria", disse em entrevista coletiva em Tóquio, onde participou de um seminário preparatório das reuniões do FMI e do Banco Mundial (BM) que a capital japonesa acolherá em outubro.
De acordo com Lagarde, "leva um pouco de tempo para os mercados, os investidores e os banqueiros digerirem o resultado destas decisões", pelo que estas medidas demorarão um pouco para serem observadas.
Largarde também se referiu à coordenação entre os diferentes bancos centrais, que atualmente tomam decisões "com uma diferença de 30 ou até de 15 minutos".
"Não sei se isso é uma ação coordenada ou não, o que está claro é que estas políticas são boas", disse, em referência às decisões sobre os juros, a facilidade de depósitos e a busca por "programas alternativos" como fez ontem o Banco da Inglaterra.
O emissor britânico decidiu nesta quinta-feira manter invariáveis as taxas de juros no Reino Unido em 0,5%, mas aumentou em 50 bilhões de libras seu programa de estímulo econômico, que desta forma alcançou 375 bilhões de libras, para injetar liquidez no mercado.
Lagarde também falou sobre a situação da economia japonesa e definiu como "valente" a alta do imposto sobre o consumo de 5% para 10% até 2015, um projeto que atualmente é avaliado pelo Parlamento do Japão.