O mercado imobiliário curitibano não ficou imune aos efeitos da crise em 2016. O estoque de unidades caiu 21,4% nos últimos 12 meses e a redução aproximada de empreendimentos lançados foi de 30%. Os dados são do último levantamento da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná (Ademi-PR), que mapeou o atual desempenho do segmento em Curitiba e Região Metropolitana.
INFOGRÁFICO: Perfil Imobiliário
Realizado em parceria com o Bureau de Inteligência Corporativa (Brain), o Perfil Imobiliário 2016 mostra que a queda na quantidade de imóveis novos disponíveis para comercialização acompanha a escassez de lançamentos, ao longo deste ano.
A pesquisa aponta o aumento da inflação, as restrições às ofertas de crédito, a alta dos juros e o desaquecimento do consumo entre os principais agravantes do cenário de quedas.
Segundo o estudo, para buscar melhores resultados comerciais em meio a esse contexto, o setor se manteve focado em reduzir os estoques prontos, por isso, os novos investimentos foram poucos. Em 2011, por exemplo, só as construções verticais ultrapassaram 12 mil unidades. Este ano, elas não chegaram a duas mil.
Estoque
De acordo com a pesquisa, 39% do estoque estão concentradas no Centro, Ecoville, Santa Cândida, Pinheirinho e CIC. Quanto às regiões da cidade, as que possuem maior estoque são a Norte, a Central e a Ecoville Champagnat. A região Sul, a do Batel e a do Cabral aparecem na sequência.
Setor vertical
O Perfil também definiu as especificidades do mercado vertical. Segundo o estudo, em setembro deste ano, havia 382 empreendimentos em comercialização na cidade, sendo 35,1% deste montante correspondentes a estruturas de até 100 unidades.
Com relação aos padrões ofertados, o apartamento Stardart, cujo preço vai de R$ 250 mil a R$ 400 mil corresponde a 22,3% do total e apresentou uma queda considerável na oferta, com relação a 2015.
Os modelos com maior aumento foram o Super Econômico, que cresceu 3,1% em número de empreendimentos, e o Super Luxo, que subiu 1,2%. O primeiro compreende imóveis que custam até R$ 200 mil e o segundo abrange unidades acima dos R$ 2 milhões.
De acordo com o diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi - PR, Fábio Tadeu Araújo, esse aumento se dá, sobretudo, por duas razões: a demanda ainda grande por empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida, que se encaixam na categoria Super Econômico, e a procura de imóveis por consumidores de poder aquisitivo maior e com exigências menos restritas no que se diz respeito a preços.
Demandas locais
Apesar da situação crítica no que tange à confiança, redução do crédito, emprego e renda, para Fábio, a redução dos estoques pode ajudar a aproximar o mercado imobiliário de um contexto mais estável. Na visão do especialista, para enfrentar o atual cenário, o setor deve buscar alinhar os preços ao nível da inflação no ano que vem.
Fábio reforça ainda que, para avançar, o mercado imobiliário não pode apenas se atentar à conjuntura econômica nacional, mas precisa também se ater aos detalhes e tipologias específicas de cada região de Curitiba com foco em necessidades locais. “Em alguns lugares, já faltam apartamentos de dois quartos, por exemplo. É importante conhecer bem estas demandas. Olhar para dentro é um bom caminho para avançar”.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast