A conquista de mais clientes do que a média do mercado e a estratégia comercial de reduzir os subsídios na venda de aparelhos devem trazer bons resultados ao balanço da TIM Participações, que será divulgado amanhã.

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Conforme dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a TIM encerrou o quarto trimestre do ano passado com uma base de 25,425 milhões de assinantes de telefonia móvel, o equivalente a um avanço de quase 6% sobre os três meses anteriores. A média de crescimento do mercado no mesmo período foi menor, de 4,2%. Com isso, a TIM ganhou mais de dois pontos percentuais de fatia de mercado, concluindo 2006 com uma participação de 25,5% dos acessos móveis do país.

Para a analista da Ativa Corretora, Luciana Leocadio, o primeiro impacto no balanço da TIM se fará sentir pelo aumento na base de assinantes. Com o tráfego mais intenso, a especialista projeta uma receita líquida 8% maior que a apurada no terceiro trimestre de 2006, para R$ 2,969 bilhões. Na base anual, o valor deve subir 23%.

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A receita média mensal gerada por assinante, o chamado ARPU, deve crescer 3% entre os dois trimestres, para R$ 35,4, segundo a profissional.

A estratégia de estancar o subsídio a aparelhos pré-pagos ao varejo tende a gerar uma recuperação significativa às margens da TIM, já que implica menores custos com terminais móveis e despesas comerciais. Outro ponto benéfico ao balanço, diz a analista, foi a venda isolada dos chips. "Desde o final de 2005, as empresas do setor começaram a reduzir subsídios e a tirar o pé do acelerador na distribuição de celulares. Com isso, muitas empresas se recuperaram, mas no caso da TIM o impacto pode ser até melhor", afirmou a especialista.

Segundo análise da Ativa, a TIM Participações deve registrar um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 776 milhões no quarto trimestre, um aumento de 15% no confronto com o período julho-setembro. A previsão é de que a margem Ebitda suba 1,5 ponto percentual, para 26,1%, "resultando em uma expansão anual do Ebitda de 62% para a TIM em 2006 " , de acordo com estudo da corretora.

Diante da melhor geração de caixa operacional, Luciana calcula que a operadora lucre R$ 65 milhões no quarto trimestre, frente ao ganho de R$ 20 milhões nos três meses antecedentes. Caso esse resultado se confirme, a TIM terá reduzido seu prejuízo acumulado em 2006 para R$ 316 milhões, conforme expectativas da Ativa.

O banco de investimento Banif é mais conservador em sua projeção para a TIM Participações. Segundo a instituição, a operadora deve registrar um lucro líquido de R$ 33,2 milhões no trimestre final de 2006 e uma margem Ebitda de 24,8% (ligeiramente maior que os 24,6% do trimestre anterior).

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Para os setoristas de telecom da Brascan Corretora, o lucro líquido trimestral da TIM deve se situar em R$ 53 milhões. A margem Ebitda, por sua vez, deve atingir 25,4%. " Apesar da sazonalidade típica do último trimestre do ano, com maior número de datas festivas, acreditamos que a melhora significativa da empresa pode ser viabilizada pela redução dos subsídios dos aparelhos, que deve contribuir para a redução do custo dos produtos vendidos", diz a empresa, em relatório, que projeta um Ebitda de R$ 737 milhões.

As ações preferenciais da TIM Participações fecharam hoje na Bovespa com perda de 0,88%, a R$ 6,70. As ações ordinárias cederam 0,97%, para R$ 10,20.