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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, estão travando uma queda de braço pública sobre a redução dos preços dos combustíveis, uma das promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha. De um lado, Silveira avalia que a Petrobras já pode baixar os preços após a queda dos preços internacionais do petróleo, enquanto Prates defende que esse movimento deve ser feito com mais cautela para evitar volatilidade.
"Precisa haver responsabilidade ao baixar porque ‘abrasileirar os preços’, conforme a orientação do presidente Lula e do seu programa de governo, exige que os ajustes não sejam feitos a miúdo, dia a dia, como na época do PPI [Preço de Paridade Internacional]", afirmou o presidente da Petrobras em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada neste domingo (19).
Ele alega que durante os períodos de alta do petróleo do mercado internacional neste ano, a Petrobras manteve estável os preços dos combustíveis. "A grande virtude da atual estratégia comercial da Petrobras é prover estabilidade e previsibilidade. Quem alardeia coisas sem esse sentido, ou não entende como viabilizar a missão passada pelo presidente, ou está querendo criar crise onde não existe", continuou.
O ministro de Minas e Energia, por sua vez, vem defendendo a redução dos preços. Na sexta-feira, ele disse que a medida seria fundamental para que o país alcance a meta de inflação.
"Se nós tivermos a redução, que é possível fazer sem nenhum prejuízo à Petrobras, nenhum prejuízo ao preço que ela se propôs a exercer, estou dizendo que ela está acima do preço de competitividade interna... ela contribui com a meta inflacionária", afirmou.
Neste domingo, em entrevista ao Globo, ele voltou a reforçar que a Petrobras tem uma "função social". Ele afirmou que concorda com Prates sobre a questão da volatilidade dos preços, porém disse que este não pode ser o único compromisso da estatal. "Eu me dirijo com o mais profundo respeito ao meu colega Jean Paul. Mas o meu respeito não pode ser contradito ao meu compromisso de fazer com que o país dê certo e consequentemente possamos colher frutos desse sucesso econômico", declarou ao jornal.