A cada dia que passa e o governo não coloca em prática uma campanha de incentivo à economia de energia, cresce o risco de racionamento. Apesar da relutância em admitir o problema, o governo prepara para depois do carnaval uma campanha de estímulo à economia. Segundo Erik Eduardo Rego, diretor da Excelência Energética, uma redução espontânea de 10% no consumo seria suficiente para afastar uma crise no fornecimento de energia, mas não é algo simples de conseguir. "Promover uma redução de 5% no consumo de energia é fácil. Já uma retração de 10% é possível, porém, trata-se de um número mais difícil", avalia Rego. Por ora, o governo vem tentando incentivar a redução do consumo no horário de ponta. Embora válido, o esforço tem pouco impacto no alívio de carga, acredita Fábio Cuberos, diretor de Regulação da Safira. O consumo é transferido dos horários de ponta para outros horários. Ameniza o problema estrutural, já que o sistema é projetado para picos de demanda, mas o consumo continua alto, explica Cuberos. "Demoramos muito para tomar uma atitude em relação à racionalização do consumo. Isso tem de ser um plano de governo, de eficiência energética em que se estimula o consumo consciente sempre e não apenas em momentos que beiram o colapso, como este. O consumidor pode ajudar sim, mas dificilmente será essa ajuda que fará o país fugir do racionamento. Também precisamos de chuva", acrescenta.
Energia
Redução espontânea de 10% do consumo afastaria risco de racionamento
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