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O Banco do Brasil anunciou ontem um plano de reestruturação que inclui corte de funcionários e mudanças nas suas áreas de logística e análise de crédito. As medidas devem afetar um total de 1.196 empregados. A expectativa do BB é que uma parte, 366 funcionários, confirme a adesão ao programa de demissão e aposentadoria voluntária, também anunciado ontem. Segundo o superintendente de varejo do banco no Paraná, Danilo Angst, nenhum posto de trabalho no estado deve ser afetado pelas mudanças. "Pode ser inclusive que sejam necessárias contratações no futuro."

Isso porque Curitiba é uma das cinco capitais que passam a centralizar serviços antes executados em todo país. Os Centros de Suporte Operacional – que concentrarão os serviços de suporte das gerências regionais de logística e dos núcleos de apoio aos negócios de crédito – serão instalados também em Belo Horizonte, Brasília, Recife e São Paulo. "A cidade poderá ser beneficiada. A princípio, serão realocados funcionários de outras regiões, com todos os benefícios", diz Angst. "Mas ainda temos um concurso em vigência e, caso esses colaboradores não queiram se mudar, poderemos contratar novos."

Segundo o presidente do banco, Antônio Francisco de Lima Neto, a estimativa é que as ações proporcionem uma economia de R$ 350 milhões por ano, com resultados a partir de 2008. "Nossa premissa com as medidas é racionalizar e aperfeiçoar o banco dentro do cenário de competição."

Aproveitamento

A maior parte dos funcionários envolvidos na reestruturação, segundo a administração do banco, deverá ser aproveitada em outras áreas. "Não se trata de simples demissões e redução de pessoal, mas de uma reorganização estrutural. As pessoas que não quiserem sair do banco e que forem afetadas pelas medidas poderão ser realocadas."

Ontem mesmo o vice-presidente de Relacionamento com Pessoal, Luis Osvaldo Santiago Moreira, se reuniu com representantes de sindicatos dos bancários para apresentar as medidas e as condições dos planos de desligamentos.

A reação inicial dos sindicatos dos bancários, no entanto, foi criticar as medidas. Em um "fato relevante" publicado no domingo em alguns jornais do país, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) disse que as medidas representavam uma "agressão" aos funcionários do banco e apontava "estranheza" com o anúncio da reestruturação "após a instituição ter registrado um lucro líquido de R$ 6 bilhões em 2006". A Contraf disse que vai pedir audiências nos Ministérios do Planejamento, Trabalho, Fazenda e Ministério Público do Trabalho para tentar impedir a diretoria do banco de implementar as ações.

Protestos

Durante a manhã de ontem, houve protestos em diversas cidades do país organizados pelos sindicatos regionais. No Paraná, a mobilização ocorreu na central de atendimento do banco, em São José dos Pinhais. Segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba, trabalharam apenas 40 funcionários, dos cerca de 500 terceirizados e 90 diretos daquele turno. Segundo a presidente da entidade, o protesto foi feito na central porque lá há um "problema de terceirização". "Na época que o centro foi criado, havia um acordo entre banco e sindicato que dizia que, no máximo, um terço dos funcionários seriam terceirizados. A situação é a oposta", diz Marisa Stédile, presidente do Sindicato.

Danilo Angst, superintendente do BB no Paraná, diz que trabalham na unidade cerca de mil funcionários terceirizados e 300 contratados. "Posso garantir que o banco segue rigorosamente as leis trabalhistas."

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