Os chanceleres do Brasil, Antonio Patriota, e do Equador, Ricardo Patiño, confirmaram nesta segunda-feira (30) o interesse de empresas brasileiras em participar da construção da Refinaria do Pacífico, impulsionada pelos Governos equatoriano e venezuelano.
Na reunião entre os dois ministros em Brasília para revisar a agenda bilateral, Patiño falou para jornalistas que algumas empresas brasileiras, não detalhou quais, manifestaram interesse nas obras de terraplanagem necessárias para a construção da refinaria. O custo total da obra foi calculado em US$ 13 bilhões, dos quais 300 milhões serão destinados à preparação do terreno, precisou Patiño.
O ministro equatoriano também confirmou o interesse da China em financiar parte do projeto, que será desenvolvido na província equatoriana de Manabí. No entanto, Patiño esclareceu que até agora nenhum negócio foi concretizado com o país asiático.
Enquanto isso, Patriota avaliou a "retomada das relações" entre Brasil e Equador, que ficaram tensas em 2008, quando o Governo de Rafael Correa expulsou do país a empresa brasileira Odebrecht, por problemas na construção de uma usina hidrelétrica.
O conflito, inclusive, levou o Brasil a suspender créditos para diversas obras no Equador. No entanto, já superada a situação, os ministros celebraram nesta segunda a "retomada" do financiamento público brasileira para projetos de infraestrutura no outro país.
Além disso, Patiño confirmou que Correa deve participar da Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que será realizada em junho no Rio de Janeiro, e ressaltou o "compromisso" do Equador com o sucesso da reunião promovida pelo Brasil e a ONU.
Patriota e Patiño informaram que, durante as próximas semanas, haverá reuniões bilaterais entre os ministros da Defesa e de Integração, assim como de grupos setoriais dedicados a diversos projetos. O Eixo Manta-Manaus, que unirá os países pelas vias fluvial, terrestre e aérea, foi um dos exemplos citados.
Patriota ainda confirmou o interesse do Brasil em cooperar com o Equador na criação da Universidade da Amazônia, um projeto acadêmico voltado para a proteção do meio ambiente, promovido pelo Governo de Rafael Correa.