“Esses foram alguns erros que ocorreram no passado e que estão cobrando o seu preço agora também”, disse o ministro Adolfo Sachsida sobre refinarias da Petrobras programadas na gestão do PT que não foram concluídas.| Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
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O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse na terça-feira (21) que as refinarias planejadas pela Petrobras na gestão do PT ajudariam a garantir o abastecimento de combustíveis do país caso estivessem em pleno funcionamento. Das quatro unidades que a Petrobras programou construir nos governos petistas, apenas uma está em operação.

"Eu gostaria de comentar com os senhores também alguns erros do passado, como refinarias não concluídas: Premium 1 e 2; Comperj; Rnest. Se elas estivessem em pleno funcionamento, a nossa capacidade de refino seria de 3,5 milhões de barris por dia, 51% maior que a nossa capacidade atual, e a nossa demanda interna estaria plenamente atendida", disse Sachsida em audiência na Câmara dos Deputados.

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Das unidades citadas, a única que está em funcionamento é a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. Ela produz combustíveis há mais de sete anos, mas até hoje não foi concluída. O projeto era uma parceria com a estatal venezuelana PDVSA, que acabou abandonando a sociedade. A obra custou várias vezes mais que o orçado, e pelo menos cinco pessoas envolvidas no projeto foram condenadas por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato.

No fim de 2021, a diretoria da estatal decidiu que vai investir mais R$ 5,6 bilhões para finalizar a unidade, de forma a deixá-la mais atraente para compradores. Em acordo firmado em 2019 com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a petroleira se comprometeu a vender a refinaria.

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A construção das refinarias Premium 1 e 2, no Maranhão e no Ceará, foi cancelada pela Petrobras, que em 2015 reconheceu que os projetos tinham gerado perdas de R$ 2,7 bilhões. E, no fim de 2019, a empresa anunciou que desistiu de concluir as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que começou a ser construído em 2008.

"De acordo com o Tribunal de Contas da União, só no Comperj, o prejuízo foi de R$ 47 bilhões. Esses aqui foram alguns erros que ocorreram no passado e que estão cobrando o seu preço agora também", disse Sachsida aos deputados.

Mais de 20% do mercado brasileiro é abastecido por diesel importado

Parte do combustível vendido no Brasil é importada porque as refinarias locais não produzem o suficiente para atender à demanda. Em 2021, o país importou 14,4 bilhões de litros de diesel, maior volume da história, equivalente a 23,3% do consumo nacional, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Dados mais recentes mostram que, em abril deste ano, o país importou 1,6 bilhão de litros de diesel, maior volume da história para o mês. Com isso, a participação do combustível importado no mercado nacional no período chegou a 34,9%.

No caso da gasolina, 5,7% do consumo nacional em abril foi abastecido por importações, segundo a ANP.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]