Os efeitos da crise nos mercados internacionais são perceptíveis em alguns itens da primeira prévia do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de outubro, que subiu 0,55% contra estabilidade no mesmo período de setembro. Essa alta foi atribuída às variações de preços no atacado do tomate (de -34,61% para 1,57%) e mandioca-aipim (de -4,58% para 23,20%), responsáveis por metade da aceleração da primeira prévia.

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A oscilação para baixo na cotação do barril do petróleo, no mercado internacional, causou quedas e desacelerações de preços em produtos ligados direta ou indiretamente ao produto, no mercado interno brasileiro. No atacado, na passagem da primeira prévia do IGP-M de setembro para igual prévia em outubro, foram registradas desaceleração de preços em produtos químicos orgânicos com petróleo na origem (de 7,35% para 0,35%); e queda em produtos derivados de petróleo (de 0,24% para -0,36%).

Segundo o coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, no caso dos combustíveis, também foram registradas quedas e desacelerações de preços em óleo combustível (de 3,89% para -0,01%) e querosene de aviação (de 0,79% para variação zero). "Se o petróleo continuar assim, a tendência é de baixa (nos produtos influenciados pela movimentação do barril)", disse.

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Mas, em contrapartida, a arrancada na cotação do dólar, puxou para cima os preços de itens relacionados à moeda norte-americana. É o caso de minério de ferro, cuja alta de preços passou de 1,34% para 10,06%. Para Quadros, no caso do câmbio, esse movimento de alta do dólar, nessa magnitude, é passageiro. "O Brasil não está experimentando uma fuga maciça de capitais, e nossa balança de pagamentos está boa", disse, comentando que a alta do dólar, atualmente, é causada por um cenário "de desconfiança e de turbulência".

O grupo alimentação, no setor atacadista, apresentou enfraquecimento de deflação (de -1,29% para -0,03%). Alguns produtos estão apresentando queda menos intensa de preços, como trigo (de -12,83% para -4,17%) e milho em grão (de -5,73% para -4,21%). Outros já estão com preços em aceleração, como arroz em casca (de 0,19% para 5,17%). "Os aumentos de preços dos alimentos no atacado não estão concentrados apenas em tomate e em mandioca, e estão mais disseminados no setor", afirmou.