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Reforma na China derruba valor do dólar pelo mundo

Vendedor em um mercado público de Beijing: observadores esperam que a iniciativa privada ganhe espaço na economia chinesa, ampliando a demanda | Jason Lee/Reuters
Vendedor em um mercado público de Beijing: observadores esperam que a iniciativa privada ganhe espaço na economia chinesa, ampliando a demanda (Foto: Jason Lee/Reuters)

O otimismo de investidores com as reformas anunciadas pela China na última sexta derrubou o dólar e deu impulso às bolsas no Brasil e no mundo. A aposta de analistas é que a maior abertura da economia chinesa beneficie fornecedores de matérias primas, como é o caso do Brasil e de outros emergentes. Nesse cenário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, teve baixa de 2,32%, a maior desde 18 de setembro, para R$ 2,268.

Segundo o economis­ta-chefe da Gradual In­ves­timentos, André Per­feito, a permissão para que a iniciativa privada ocupe um espaço maior na economia chinesa atrai investimentos mais pesados ao país e anima sobretudo os emergentes, grandes fornecedores de matérias-primas. "Isso fortalece as moedas locais em relação ao dólar", acrescenta. "Mas é difícil saber até que ponto as reformas vão se concretizar."

O governo chinês não deu prazo para a implementação das mudanças nem detalhou como vai executá-las. Das 24 moedas emergentes mais negociadas, 18 subiram ontem em relação ao dólar. O real foi a que mais se valorizou, seguido pela rupia indonésia (alta de 1,98%) e pela rupia indiana (1,53%).

Patamar

Para analistas ouvidos pela reportagem, o dólar deve permanecer no patamar entre R$ 2,25 e R$ 2,30 até o fim do ano, podendo alcançar R$ 2,35 segundo algumas projeções. Tudo vai depender, afirmam, da velocidade da redução dos estímulos econômicos nos EUA. Desde 2009, o Fed (Banco Central americano) injeta mensalmente US$ 85 bilhões na economia por meio da recompra de títulos. Parte desse valor se reverte em investimentos em outros países. Com a redução do incentivo, o volume de recursos disponíveis para essas aplicações diminui e, diante da perspectiva de menor entrada de dólares no Brasil, o preço da moeda americana tende a subir ante o real.

Na semana passada, Ja­net Yellen, indicada para assumir o Fed em 1º de fevereiro, deu a entender ao mercado financeiro que irá manter os estímulos até que a economia dos EUA esteja mais robusta. Falando em sabatina no Senado americano, ela admitiu manter a ajuda e não condicionou sem fim a nenhuma meta específica.

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