Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Reforma tributária

Texto da reforma tributária pode ser votado na próxima semana, diz relator

Eduardo Braga
Senador Eduardo Braga afirma que senadores indicam votação necessária para aprovação na CCJ e no plenário. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Ouça este conteúdo

A Reforma Tributária no Senado está a caminho da aprovação, de acordo com o relator da proposta, Eduardo Braga (MDB-AM). Ele esteve reunido com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, nesta quinta (2), e afirmou que pode ter votos suficientes para aprovar o texto tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) como no plenário do Senado, com o apoio de pelo menos 49 dos 81 senadores.

Braga diz que o parecer incorporou demandas de senadores e também buscou evitar exceções que poderiam desfigurar a reforma. Ele ressalta a importância de limitar o aumento da carga tributária em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

“Se o [crescimento do] PIB for zero, vai ter que cortar gasto, porque não vai poder esticar a corda em cima do contribuinte”, disse em entrevista à Folha de São Paulo publicada nesta sexta (3).

Ainda segundo o relator, o número de emendas complementares ao relatório diminuiu, o que teria demonstrado aceitação por parte dos senadores, mesmo com uma quantidade que elevou a alíquota média em 0,5% – passando a 27,5% segundo Fernando Haddad. Ele planeja uma votação expressiva na CCJ na terça (7) e no plenário nos dias 8 e 9.

O senador afirma, ainda, que é natural ter setores beneficiados com regimes diferenciados devido à magnitude das mudanças propostas, mas destaca que os parlamentares têm sido criteriosos na abordagem.

“É uma reforma tributária que estava represada por quatro décadas e que altera profundamente o sistema. É natural que haja, portanto, essa acomodação do sistema produtivo”, disse exemplificando os regimes diferenciados para setores como saneamento e transportes, mas equilibrando com desconto aos usuários do sistema elétrico.

O relator diz que a alíquota projetada de 27% foi necessária pela necessidade de exceções para obter apoio político e a cooperação com a Câmara. Ele ressaltou a importância da trava da carga tributária em relação ao PIB e como isso pode impactar o crescimento econômico.

“O Senado introduziu algo importantíssimo, que foi a trava da carga tributária [como proporção do PIB]. O que está no texto? De 2012 a 2021 vai ter um valor referência. Nos primeiros anos da implementação do CBS e do IBS, vai ser feita uma média. Se for maior do que o valor referência, a alíquota vai ter que ser reduzida. Se a média for menor, aí é uma decisão política”, ressaltou.

Braga fala sobre a avaliação quinquenal dos regimes diferenciados e a necessidade de reformular subsídios periodicamente. “Nós estamos estabelecendo esse período porque a cada cinco anos você reformula a Câmara e muda um terço ou dois terços do Senado no voto direto, que representa a opinião da sociedade brasileira. Esse é um amadurecimento democrático do país”, comentou.

Quanto ao Fundo de Desenvolvimento Regional, atualmente de R$ 60 bilhões, ele defende critérios constitucionais equilibrados e não planeja aumentar o valor além do proposto.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.