O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, acelerou inesperadamente o início do controverso programa de garantia de hipotecas do governo, em uma tentativa para mostrar que seu partido está do lado dos britânicos que trabalham duro e estão sofrendo em meio ao alto custo de vida do país.
No primeiro dia da conferência do Partido Conservador em Manchester, Cameron disse que o programa, chamado de "Ajuda para Compra" - será iniciado na próxima semana, três meses antes do planejado.
"As pessoas jovens que conseguiram uma emprego decente e têm salários decentes não podem comprar uma casa ou um apartamento porque precisam ter depósitos de 30 mil libras, 40 mil libras, 50 mil libras. Agora, se você não tem pais ricos, você não consegue obter essa quantia", disse.
Inclusão
O programa é destinado a jovens e famílias que ficaram de fora do mercado imobiliário devido ao tamanho dos depósitos necessários para obter uma hipoteca. Além disso, o programa oferece aos compradores de casas empréstimos financiados pelos contribuintes para fazer os pagamentos das prestações. Isso significa que os compradores de imóveis avaliados em até 600 mil libras (US$ 968.136) serão capazes de tomar emprestado com um depósito de apenas 5% do preço do imóvel.
Risco
Mas a iniciativa desencadeou alertas de economistas, legisladores e até mesmo do ministro de Negócios, Vince Cable, de que, sem uma oferta maior de novas casas, o programa só vai inflar uma bolha de preços e impedir as pessoas mais pobres e aqueles que estão comprando casa pela primeira de entrarem no mercado.
De fato, o anúncio do primeiro-ministro ocorre dois dias depois de o secretário do Tesouro, George Osborne, pedir ao Banco de Inglaterra para fazer uma avaliação anual do impacto do programa em meio à preocupação sobre os riscos da iniciativa alimentar um boom nos preços. Fonte: Dow Jones Newswires.