Os britânicos receberam ontem uma série de más notícias sobre a economia. O desemprego deve crescer; o número de funcionários públicos demitidos vai aumentar; a idade para se aposentar, subir; e a política de cortes de benefícios, congelamento de salários e elevação de impostos, se estender por dois anos além do previsto, que era 2015. Tudo para tentar manter a meta de reduzir o déficit e a dívida pública.
O pacote foi anunciado por George Osborne, ministro das Finanças, em discurso no Parlamento. Ele culpou o cenário da zona do euro. "Grande parte da Europa parece rumar para uma recessão causada pela crônica falta de confiança na habilidade dos países de lidar com suas dívidas", disse.
Foram revistas também as previsões de crescimento para o Reino Unido. Para este ano, caiu de 1,7% para 0,9%. Para 2012, de 2,5% para 0,7%.
No caso das demissões de servidores públicos, a previsão era de corte de 400 mil dos 6 milhões de funcionários em cinco anos. Agora subiu para 710 mil. Aqueles que permanecerem empregados ficam com o salário congelado até 2013. Depois, até 2015, terão reajuste de no máximo 1% ao ano, mesmo com uma inflação anual na casa dos 5%. E a elevação da idade de aposentadoria, de 66 anos para 67, foi antecipada de 2034 para 2026.
Greve
Os anúncios ocorreram na véspera de uma greve, marcada há meses. Os sindicatos acreditam que 2 milhões de servidores não trabalhem hoje. Escolas, hospitais e o serviço de migração nos aeroportos devem ser afetados.
Para não ficar apenas no pessimismo, o governo anunciou 5 bilhões de libras (R$ 14,5 bilhões) para projetos de infraestrutura, com a construção de 35 rodovias e novas linhas de trem. Haverá ainda subsídio para a contratação de jovens, o grupo mais atingido pelo desemprego, e uma linha de crédito de 40 bilhões de libras para pequenas empresas.