As operações de crédito do sistema financeiro chegaram a R$ 1,11 trilhão em agosto, valor que representa 38% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de bens e serviços produzidos no país, a maior da série histórica iniciada em 1994. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (26), em relatório do Banco Central. No mês anterior, essa relação era 37,2% do PIB.
Segundo o relatório do BC, em agosto, as operações de crédito do sistema financeiro mantiveram a trajetória de expansão observada nos períodos anteriores, evidenciando, entretanto, arrefecimento nas operações destinadas a pessoas físicas. De acordo com o banco, houve redução nas contrações de crédito pessoal e financiamento para compra de veículos, mas continua em alta a compra de veículos por meio de leasing.
No que diz respeito s empresas, o BC informou que a demanda por empréstimos bancários fundamentada em recursos domésticos se mantém expressiva. A maior procura é por capital de giro.
Apesar da expansão do crédito, os consumidores continuam pagando mais caro pelos recursos. A taxa do crédito pessoal, que inclui operações com desconto em folha, subiu 0,9 ponto porcentual de julho para agosto e ficou em 54,5% ao ano. A taxa do cheque especial continua em alta e chegou a 166,4% ao ano, 3,7 pontos porcentuais a mais no mês e 28,3 pontos porcentuais no ano.
A taxa média de juros para empresas e pessoas físicas chegou a 40,1% ao ano, uma alta de 0,7 ponto porcentual na comparação com julho e de 6,3 pontos percentuais no ano. Para as empresas, a taxa passou de 27,5% ao ano para 28,3% ao ano. Para as pessoas físicas a taxa subiu de 51,4% para 52,1%, a maior desde janeiro de 2007 (52,3% ao ano).
A taxa de inadimplência total permanece em 4,2%, assim como para as empresas em 1,7%, mas para as famílias subiu de 7,3% para 7 5%.
O prazo médio dos financiamentos para as empresas foi reduzido em três dias e ficou em 296 dias corridos. Para as famílias o prazo passou 470 para 473 dias corridos. O prazo médio ficou em 373 dias corridos, um dia a menos.