As relações entre Brasil e Estados Unidos tendem a avançar, indicando para o aumento de investimentos no mercado brasileiro, apesar do momento de crise global. A avaliação é do novo presidente da Câmara de Comércio Americana no Rio de Janeiro, Robson Barreto, empossado nessa sexta (16). Para isso, segundo Barreto, contribui o fato de o Brasil ter atualmente uma economia diversificada, bastante distinta daquela que tínhamos na última década.
O presidente da Câmara de Comércio Americana também acredita que o bom relacionamento entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama abrirá espaço para a discussão e solução de temas como o tratado contra a bitributação. Barreto acha que a manutenção do sistema tarifário de preferências dá ao Brasil e inclusive, s próprias empresas americanas instaladas no país e que exportam para fora, vantagens competitivas.
O sistema tarifário de preferências foi estabelecido pelos Estados Unidos em 1976. Ele permite que alguns países em desenvolvimento sejam enquadrados como beneficiários de um sistema de preferências comerciais. Por meio dessas preferências os países beneficiados exportam produtos para o mercado americano com incentivos tarifários, deixando-os com preços mais competitivos.
Para Barreto, no entanto, um desafio que se impõe no momento é como vencer as medidas protecionistas em implementação nos Estados Unidos, país que sempre foi um grande defensor do livre comércio e, hoje em dia, pelas próprias dificuldades da economia americana, começa a estabelecer medidas protecionistas do tipo buy American (compre produtos americanos), que preocupam quem faz negócios.
O presidente da Câmara de Comércio Americana afirmou que há razões para o Brasil ter preocupações em relação a seu principal parceiro comercial, mas lembrou que a pauta de exportação brasileira é bastante diversificada para o mercado norte-americano. Temos razões para ter preocupação mas, ao mesmo tempo também, para celebrar, porque a nossa economia tem condições únicas de superar esses desafios dos próximos anos, disse.
Ele avaliou que a estabilidade que a economia brasileira está demonstrando neste momento de crise mundial tem funcionado como uma espécie de porto seguro para várias empresas multinacionais, inclusive americanas, mostrando que a demanda e o consumo continuam vigorosos, apesar da crise. Então, mais do que nunca, o Brasil é visto um pouco como essa figura de ser um porto seguro para investimentos e para o retorno de lucros e de se ganhar mercado no momento em que todo mundo está perdendo mundialmente, afirmou.