Os governos devem agir urgentemente para relançar a demanda se quiserem evitar uma Grande Depressão, como a dos anos 30, e os bancos devem parar de restringir sua oferta de crédito, advertiu o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em entrevista que será publicada na edição de quarta-feira do jornal francês "Le Monde".
"Estamos vivendo uma crise de uma amplitude excepcional, cujo principal componente é uma queda brusca da demanda", destacou Olivier Blanchard, acrescentando que os "índices de confiança dos consumidores e das empresas nunca caíram tanto desde que eles existem".
"Os meses que vêm serão muito ruins. É imperativo acabar com esta perda de confiança, relançar a demanda privada, se quiserem evitar que a recessão se transforme em Grande Depressão", afirmou o chefe economista do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os dirigentes do Fundo vêm repetindo há semanas que os planos de retomada dos grandes países industrializados são insuficientes em relação à dimensão da crise.
Blanchard afirmou também que os bancos "continuam reduzindo seus créditos aos particulares, às empresas e aos países emergentes e não haverá retomada do crescimento sem que este problema seja reabsorvido".
O "Monde" acrescentou que o Fundo Monetário internacional (FMI) se prepara ainda para reduzir mais sua previsão de crescimento mundial, que foi estimada no início de novembro em 2,2% para 2009.