A economia brasileira deve crescer 3,5% no próximo ano, de acordo com projeção incluída no relatório final do Orçamento da União de 2009 apresentada na noite de segunda-feira pelo relator da proposta, senador Delcídio Amaral (PT), à Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.
A expectativa é menor do que os 4,0% de expansão projetados pelo Executivo no fim de novembro, quando o governo revisou os parâmetros da proposta orçamentária por conta da crise financeira global. Mesmo assim, ela permanece mais otimista do que as previsões do mercado.
No levantamento semanal feito pelo Banco Central com analistas e empresários, a mediana das projeções dos economistas consultados aponta para um crescimento de 2,5% da economia brasileira no ano que vem.
A nova projeção incluída no relatório do Orçamento também é superior aos cálculos feitos anteriormente pelos técnicos da própria Comissão Mista de Orçamento, que estimavam uma alta de 2,8% do PIB.
O relatório será votado pelos integrantes da comissão antes de passar pelo plenário do Congresso.
Segundo a proposta, a desaceleração no ritmo de crescimento do PIB acarretará em uma diminuição da arrecadação líquida da União de 10,6 bilhões de reais. Tal redução fez com que o relator sugerisse cortes no custeio da máquina pública e nos investimentos que não foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os cortes nos investimentos, feitos em programas que executaram menos da metade dos recursos autorizados em 2008, somaram 1,2 bilhão de reais. Já os cortes feitos nas despesas não foram lineares, garantindo que cada área ao menos recebesse o mesmo montante de recursos previsto para este ano.
Para o relator, a taxa média de câmbio ficará em 2,04 reais por dólar, o mesmo valor calculado pelo governo depois da revisão dos parâmetros. O mesmo ocorreu com a estimativa do preço médio do barril de petróleo e a inflação.
Delcídio acolheu a expectativa de 76,37 dólares por barril da commodity sugerida pelo Executivo, assim como a projeção de 5,19% de alta do IPCA médio. A estimativa está acima do centro da meta da inflação, fixada em 4,5%, mas dentro da margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
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