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Inflação
Relatório de Mercado Focus, foi divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central.| Foto: Reprodução/Banco Central

Os economistas do mercado financeiro terminam o ano mantendo a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central, mostra que a projeção mediana para o indicador oficial de preços neste ano permanece em alta de 4,39%. Há um mês, estava em 3,54%. A projeção para o índice em 2021 foi de 3,37% para 3,34%. Quatro semanas atrás, estava em 3,47%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções já eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação está acima do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5 00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Há três semanas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de novembro foi de 0,89%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 4,31%.

Top 5

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 também continua em 4,34%, como na semana anterior. Para 2021, a estimativa do Top 5 permaneceu em 3,41%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,51% e 3,40%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,52%, ante 3,50% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,50%, ante 3,38% de quatro semanas antes.

Sobe estimativa para a Selic de 2021

O Relatório de Mercado Focus trouxe ainda elevação nas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2021. A mediana das previsões passou de 3,00% (onde estava no mês anterior) para 3,13% ao ano. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023, seguiu em 6,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás.

Há três semanas, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) preparou o terreno para uma possível elevação dos juros em 2021. O motivo são as projeções de inflação que têm se aproximado das metas perseguidas pelo BC nos próximos anos. A avaliação é de que a instituição poderá acabar com o chamado forward guidance (ou prescrição futura, na tradução do inglês).

Adotado em agosto, o forward guidance é uma indicação técnica do BC de que não pretende elevar os juros se a inflação seguir sob controle e o risco fiscal não se alterar. O problema é que, nos últimos meses, a inflação ao consumidor está mais salgada, puxada por aumentos de preços em itens como alimentos e energia. Ao avaliar o cenário, o BC afirmou que "em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas". Na prática, se retirar esta mensagem técnica de suas comunicações, o BC ficará mais livre para elevar os juros se achar necessário.

Expectativa para o PIB de 2020 segue em queda de 4,40%

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano continua em retração de 4,40%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 4,50%.

Para 2021, o mercado financeiro alterou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,46% para 3,49%. Quatro semanas atrás, estava em 3,45%.

No Focus desta segunda-feira (28) a projeção para a produção industrial de 2020 seguiu em baixa de 5,00%. Há um mês, estava em baixa de 5,03%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 5,00%, mesmo número de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 65,20% para 65,00%. Há um mês, estava em 66,20%. Para 2021, a expectativa foi de 67,00% para 66,60%, ante 68,44% de um mês atrás.

Câmbio e balança comercial

Na esteira da queda mais recente do dólar ante o real, o relatório divulgado pelo BC mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana no fechamento de 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano foi de R$ 5,15 para R$ 5,14, ante R$ 5,36 de um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio foi mantida em R$ 5,00, ante R$ 5,20 de quatro pesquisas atrás.

A projeção para a balança comercial em 2020 também sofreu alteração na pesquisa. Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção de superávit comercial de US$ 56,15 bilhões para US$ 55,55 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 57,90 bilhões.

Para 2021, a estimativa de superávit permaneceu em US$ 55,10 bilhões. Há um mês, estava em US$ 56,50 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 4,60 bilhões para US$ 4,50 bilhões, ante US$ 3,25 bilhões de um mês antes.

Para 2021, a projeção de rombo passou de US$ 17,40 bilhões para US$ 15,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 17 40 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 segue em US$ 40,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 45,00 bilhões. Para 2021, a expectativa permaneceu em US$ 60,00 bilhões, igual a um mês antes.

Cai expectativa para o IGP-M de 2020 cai

O relatório divulgado na manhã desta segunda mostrou também que a mediana das projeções do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de 2020 foi de 23,90% para 23,75%. Há um mês, estava em 23,60%. No caso de 2021, o IGP-M projetado passou de alta de 4,70% para 4,66%, ante 4,77% de quatro semanas antes.

Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.

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