A remuneração dos executivos das grandes empresas brasileiras com ações negociadas em Nova York aumentou 127% nos últimos três anos. Segundo reportagem do jornal "Valor Econômico", as 19 empresas nacionais com papéis no mercado americano, desde 2002 (data do início do levantamento), pagaram juntas, entre salários e bônus, R$ 679 milhões a diretores e conselheiros no ano passado. Em 2002, o valor pago foi de R$ 299.
Os números foram baseados nas informações dessas empresas à SEC, órgão regulador do mercado de capitais americano, que exige esses dados das companhias que fazem emissões de American Depositary Receipts (ADRs), recibos de ações de companhias estrangeiras negociadas em Wall Street. A divulgação detalhada sobre como as empresas remuneram seus dirigentes é uma prática normal nos Estados Unidos, menos comum na Europa e rara no Brasil.
Os três maiores bancos privados lideram o ranking de maiores pagadores de executivos do país. O levantamento feito pela "Valor Econômico" mostrou que, de 2002 a 2005, Bradesco, Itaú e Unibanco pagaram juntos R$ 1 bilhão a seus administradores entre salários e bônus. Só no ano passado, os três ofereceram remuneração de R$ 423 milhões a seus executivos, 31% acima do ano anterior.
A Vale do Rio Doce quase dobrou a remuneração global para seus diretores e a Petrobras aumentou seus pagamentos em 50% em 2005, num cenário de alta dos preços de matérias-primas. Já as informações fornecidas por AmBev, Aracruz, CSN, TIM e Vivo às autoridades americanas indicam pagamento menor a seus diretores no ano passado em relação a 2004.
No total das 19 empresas, houve um aumento de 11% no total pago aos seus dirigentes no ano passado em relação a 2004. As empresas que fizeram parte do levantamento são: Vale do Rio Doce, Petrobras, Bradesco, Itaú, Unibanco, AmBev, Aracruz, CSN, TIM, Vivo, Embraer, Perdigão, Sadia, Votorantim Celulose, Braskem, Ultrapar, Sabesp, Gerdau e Embratel. Gol e CPFL só foram listadas na Bolsa de Nova York a partir de 2004.