Prestes a iniciar o segundo turno de produção, o Complexo Ayrton Senna, que reúne as fábricas brasileiras da Renault e da Nissan, em São José dos Pinhais, vai igualar o número de funcionários da unidade paranaense da Volkswagen, instalada no mesmo município.

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A Renault/Nissan contratou 700 pessoas desde meados de 2006, elevando seu quadro para os atuais 3,5 mil funcionários. De acordo com o diretor de recursos humanos da Renault do Brasil, Carlos Magni, pelo menos outras 150 pessoas devem ser contratadas nos próximos meses, fazendo o complexo ultrapassar ligeiramente o número de trabalhadores da Volkswagen no Paraná – que é de 3,6 mil pessoas em três turnos.

Apesar da semelhança no número de funcionários, a produtividade da Volks vai continuar superior: a montadora alemã fabricou cerca de 190 mil veículos no ano passado, enquanto a Renault/Nissan produziu cerca de 80 mil.

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Mesmo se o grupo atingir suas ambiciosas metas, a produção do Complexo Ayrton Senna ficará abaixo da obtida pela Volks – a não ser que esta reduza muito seu volume de produção.

Ociosidade

Pouco depois do início de suas operações no Brasil, em 1999, a Renault chegou a trabalhar em dois turnos, mas seus resultados no mercado nacional ficaram bem abaixo do esperado.

Com a fábrica ociosa, a montadora optou por trabalhar em apenas um turno. Mas o anúncio de cinco novos modelos para o Brasil – feito há um ano, pelo presidente mundial do grupo, o brasileiro Carlos Ghosn – deu início a um processo de expansão das instalações e do quadro de pessoal que deve ser concluído nos próximos meses. A ampliação da área fabril já está pronta, e o início do segundo turno está previsto para abril, segundo Magni.

Treinamento

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"Começamos a contratar funcionários para manutenção e supervisão na metade do ano passado, e fizemos isso ao longo do segundo semestre, para que todos os novos funcionários pudessem ser treinados.

Uma parte significativa dessas contratações se refere a operadores de produção [responsáveis pela fabricação dos veículos]", disse o executivo. "Minha estimativa é de que contratemos mais 150 pessoas. Mais do que isso, vai depender da resposta do mercado."

Resposta

O mercado parece estar respondendo, ainda que lentamente, aos novos modelos da marca. De acordo com a montadora, o Megane Sedan, lançado em março, e o Megane Grand Tour, em dezembro, impulsionaram as vendas da Renault no mês passado, fazendo sua fatia no mercado nacional de automóveis e comerciais leves subir para 3,4%.

Em 2006, essa proporção foi de apenas 2,8% – a menor desde 1999, quando a montadora estreou no mercado nacional. Em seu melhor ano (2001), a fatia da Renault foi de 4,5%. A meta definida pela direção da empresa é duplicar as vendas (foram 51.682 em 2006) e elevar a participação no mercado interno para 5,5% ou 5,6% até 2009.

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Novidades

As expectativas ficam por conta do sedã Logan, que será muito mais barato que as duas versões de Megane e já faz sucesso no leste europeu. O veículo já é produzido na Romênia, Marrocos e Colômbia, e em breve será fabricado no Irã e na Índia.

A estréia do Logan brasileiro está prevista para a metade deste ano, mas a hipótese de que ele vai cair no gosto do consumidor brasileiro e "salvar" a Renault – que nunca teve lucro no Brasil – é vista com um misto de cautela e desconfiança por especialistas do setor automotivo.

Até 2009, os dois últimos modelos dos cinco anunciados por Carlos Ghosn devem chegar ao mercado nacional. Especula-se que serão os primeiros veículos da marca concebidos no Brasil – um deles já estaria sendo desenvolvido por engenheiros brasileiros. A tendência é que ambos sejam produzidos a partir da mesma plataforma do Logan.