Parceira
Nissan avança nas negociações para construir fábrica no Rio
Ao que tudo indica, a japonesa Nissan, coligada da Renault e que tem fábrica ao lado da montadora francesa em São José dos Pinhais, deve escolher mesmo o Rio de Janeiro como local da construção de sua segunda fábrica no Brasil. No Paraná, Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, e Ponta Grossa, nos Campos Gerais, estavam no páreo, mas o Rio de Janeiro teria "jogado pesado" para levar a fábrica.
A Nissan estaria negociando com o empresário Eike Batista a instalação em Porto do Açu, polo industrial da empresa EBX no litoral fluminense. A empresa tem planos de produzir 200 mil unidades na nova fábrica a do Paraná tem capacidade para 59 mil unidades.
Procurada, a Nissan informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não poderia comentar as informações porque os estudos não foram concluídos. Especula-se que a visita de Carlos Ghosn ao Brasil também contemple o anúncio da nova fábrica da montadora japonesa. (CR)
Números
200 mil veículos
devem ser vendidos pela Renault no mercado brasileiro em 2011, segundo as metas da empresa. O volume representa um crescimento de 25% sobre 2010 (160,3 mil unidades). De janeiro a agosto, as vendas da montadora cresceram 20,3%, quase o triplo da média do mercado (7,5%).
283 mil unidades por ano
é a capacidade atual do Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, onde Renault e Nissan produzem veículos de passeio (até 224 mil por ano) e utilitários (59 mil). O complexo também pode produzir anualmente até 380 mil motores. O objetivo da Renault é que, com os investimentos dos próximos anos, a produção anual de veículos de sua marca suba para até 400 mil unidades.
A Renault deve anunciar no próximo dia 5 de outubro um investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão na ampliação de suas operações no Paraná. O projeto prevê aumento de produção, lançamento de novos modelos e geração de pelo menos 2 mil empregos, dos quais mil somente neste ano. Além de novos veículos, a ampliação contemplará a criação de um centro tecnológico de desenvolvimento de novos produtos para as Américas, um centro de engenharia e treinamento e ainda um centro de distribuição de peças.
Segundo fontes que acompanham as negociações, o projeto tem potencial para chegar a R$ 1,8 bilhão em investimentos até 2015. Trata-se do programa mais ousado da empresa desde o anúncio da sua instalação no Brasil, há 15 anos. O protocolo de intenções deve ser assinado pelo presidente mundial da Renault, Carlos Ghosn, e pelo governador Beto Richa. A produção, que em 2010 ficou em 160 mil veículos e deve somar 200 mil neste ano, poderá alcançar algo entre 300 mil e 400 mil automóveis por ano na fábrica da empresa, que fica em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba).
A Renault, que já trabalha com o terceiro turno de produção na fábrica brasileira, tem planos de elevar de 5% para 8% a sua participação no mercado brasileiro até 2016. Do investimento total que será anunciado, cerca de R$ 1 bilhão será investido até 2013.
Tributos
A montadora vai aderir ao programa de incentivos Paraná Competitivo, do governo estadual, que tem, como principal benefício, a prorrogação do prazo de recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A vantagem vai valer para os novos modelos produzidos. A empresa também terá incentivo de ICMS na importação.
Em troca, a Renault vai antecipar o pagamento do ICMS que foi prorrogado desde que anunciou sua instalação no Paraná, pelo antigo programa Bom Emprego, e se compromete a exportar e importar cerca de 90% dos seus veículos pelo Porto de Paranaguá no ano passado, a montadora transferiu parte das importações de veículos para o porto de Vitória (ES). A empresa também se compromete a atualizar os modelos de veículos e garante investimentos por pelo menos mais uma década e permanência no estado por no mínimo 20 anos.
No fim de agosto, o governador Beto Richa esteve em Paris para tratar do assunto com Carlos Tavares, chefe mundial de operações da companhia. Procurados, Renault e o governo do estado preferiram não comentar detalhes sobre o projeto de ampliação.
Participação
A Renault é a quinta colocada no ranking das montadoras no país, atrás de Fiat, Volks, GM e Ford. A meta da empresa é acelerar rapidamente sua presença no mercado brasileiro. Em termos mundiais, a companhia detém 10% de participação, mas no Brasil a fatia está em 5%.
Com o fraco desempenho dos mercados da Europa e dos Estados Unidos, a tendência é de que as marcas busquem atuar de forma mais agressiva em mercados aquecidos, como o Brasil. O país caminha para se tornar, até o fim do ano, o segundo maior mercado mundial da Renault, atrás apenas da França.
Em entrevista à Gazeta do Povo no fim de agosto, o chefe mundial de operações, Carlos Tavares, contou que as regiões fora da Europa Ocidental vêm ganhando espaço nas vendas. "Hoje 45% das nossas vendas são fora dessa região, com tendência maior crescimento nos próximos anos", disse o executivo.
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