A Renault do Brasil sofreu em 2014 seu primeiro prejuízo em cinco anos. O balanço da montadora francesa – que tem fábrica em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba – revelou um resultado negativo de R$ 270 milhões no ano passado, depois de um lucro de R$ 232 milhões em 2013. Antes disso, o último prejuízo da empresa no Brasil havia sido registrado em 2009, com perda de R$ 256 milhões.

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O relatório publicado no Diário Oficial do Paraná da última sexta-feira (27) mostrou que, embora as vendas de veículos da companhia ao mercado brasileiro tenham aumentado 0,3% em 2014, para pouco mais de 237 mil unidades, sua receita bruta de vendas no ambiente doméstico caiu 7%, para R$ 10,9 bilhões. Em outras palavras, no ano passado a Renault ganhou menos por veículo vendido.

Zero quilômetro mais caro

Apesar do mau momento para o setor de veículos, os preços de automóveis e caminhões seguem em alta na porta da fábrica, informou o IBGE nesta terça-feira (31). A alta foi de 0,79% em fevereiro, após aumento de 1,33% em janeiro – um reajuste acumulado em 2,14% em dois meses, segundo dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP). Em 12 meses, os veículos já subiram 7,25%.

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A compensação foi o aumento em sua fatia de mercado, que subiu de 6,6% no ano anterior para 7,1%, a mais alta desde que a empresa começou a produzir no país, em 1999.

Os resultados no mercado internacional foram muito ruins. Muito dependente da economia argentina, e vulnerável às barreiras alfandegárias do país vizinho, a Renault viu suas receitas com o mercado externo despencarem 59% em 2014, para R$ 919 milhões. Com isso, o resultado operacional – que reflete as atividades principais da empresa – ficou negativo em R$ 176 milhões, revertendo parte dos ganhos de R$ 324 milhões em 2013.

Além da queda nas vendas, o desempenho das operações foi impactado por despesas de cerca de R$ 60 milhões com um “plano de incentivo financeiro” para demissões voluntárias. A companhia não informou quantos trabalhadores aderiram ao plano. Em ocasiões anteriores, havia afirmado apenas que, ao longo de 2014, seu quadro de funcionários baixou de 6,5 mil para 6 mil trabalhadores em razão do fim de contratos temporários.

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O balanço deste ano também sofrerá o impacto de um plano de demissões voluntárias. Em fevereiro, 470 pessoas deixaram a montadora em um novo PDV que, segundo o relatório publicado na semana passada, tem despesa estimada em R$ 45 milhões.

Perdas

O resultado financeiro da Renault, que reflete os investimentos em aplicações e o pagamento de empréstimos, também registrou prejuízo, da ordem de R$ 64 milhões. A principal responsável foi a variação do câmbio, que provocou perdas de aproximadamente R$ 147 milhões.